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A ORIGEM DO MOVIMENTO DE PREVENÇÃO AO CÂNCER DE MAMA

Em outubro ocorre um movimento internacional conhecido como Outubro Rosa. Tendo em mente a importância e necessidade desse movimento, a Gazeta procurou fazer algo significativo em relação a ele. Assim, iremos, no decorrer do mês de outubro, publicar matérias, entrevistas e relatos que tratam, em especial, sobre o câncer de mama e sobre o próprio movimento Outubro Rosa. Para dar início a essa série de postagens, trazemos um texto sobre a história do Outubro Rosa, redigido pela nossa repórter Thaís Ferrari!

O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres e um dos mais recorrentes mundo afora. Com a ocorrência de mais de dois milhões de casos em 2018, o câncer de mama representa, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), cerca de 11,6% do total de novos casos da doença no mundo e, aproximadamente, 6,6% das mortes causadas por câncer no planeta. Os números mostram que ainda há um longo caminho a se percorrer no combate a essa doença. Movimentos que busquem ajudar na busca pela cura e alertar as pessoas da importância do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de recuperação, são extremamente necessários para que se diminua cada vez mais o número de óbitos. Dessa necessidade advém o Outubro Rosa, um movimento internacional que busca levantar fundos e conscientizar as pessoas sobre o câncer de mama e o câncer de colo de útero, em especial no que tange o diagnóstico precoce e o tratamento. É possível ver referências a este movimento nas mais diversas esferas, desde campanhas governamentais até diversas pessoas colocando o tema do Outubro Rosa em suas fotos de perfil do Facebook.

O laço rosa

É cada vez mais comum, no mês de outubro, vermos pessoas utilizando um laço cor de rosa em suas roupas e monumentos sendo iluminados com essa cor.

Símbolo do Outubro Rosa, a utilização do laço está relacionada ao contexto em que o movimento foi criado, no final do século XX, nos Estados Unidos. Nessa época e local, outros dois movimentos utilizavam laços coloridos como símbolos: a fita vermelha representava o movimento em prol da cura e tratamento da AIDS; já a amarela surgiu em 1979, quando Penne Laingen amarrou uma fita dessa cor em volta de uma árvore para expressar o desejo de que seu marido, sequestrado na guerra do Irã, voltasse para casa. A iniciativa de Laingen acabou tornando-se tanto um símbolo de apoio aos que foram capturados durante esse conflito quanto uma representação do anseio das pessoas para que seus familiares voltassem da guerra. Esse simbolismo foi retomado durante a Guerra do Golfo, na década de noventa. Diante desse cenário, a revista New York Times chamou 1992 de “The Year of the Ribbon” (O Ano da Fita).

Curiosamente, a primeira fita utilizada com o objetivo de conscientizar as pessoas acerca do câncer de mama era da cor pêssego e foi desenvolvida pela americana Charlotte Haley, que teve diversos membros de sua família vítimas dessa doença e, por isso, queria aumentar a conscientização sobre o câncer de mama. Ela distribuía suas fitas em um supermercado próximo de onde morava e pedia para que as pessoas usassem as fitas como forma de protesto contra o fato de que só uma pequena parcela do orçamento do National Cancer Institute, Instituto do Câncer americano, era destinada a ações de prevenção. Porém, a fita pêssego nunca teve a divulgação e alcance necessário para poder se tornar um símbolo dessa luta. Quanto ao laço rosa, este foi associado com o câncer de mama pela primeira vez, em 13 de outubro de 1991, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure distribuiu fitas rosas para os participantes da Komen Greater NYC Race for the Cure®, uma corrida feita com o intuito de angariar fundos e promover a conscientização sobre o câncer de mama. Esse foi apenas o primeiro passo na criação de um símbolo para o movimento.

Susan G. Komen é uma grande fundação de combate ao câncer de mama, criada, em 1982, por Nancy Goodman Brinker, em homenagem a sua irmã Susan Goodman Komen, que morreu de câncer de mama em 1980. Desde então, a fundação tem desenvolvido diversos projetos e já arrecadou e investiu centenas de milhões de dólares em pesquisas sobre câncer de mama, além de ter investido bilhões em programas de educação, testes para detecção da doença e tratamento para milhares de pessoas.

Pouco depois de ser criada, a Susan G. Komen lançou a série Race for the Cure®, que são corridas e caminhadas organizadas para arrecadar fundos, educar e conscientizar as pessoas sobre o tema, celebrar os que sobreviveram ao câncer de mama e honrar os que morreram dessa doença. Atualmente, essa série de corridas se tornou o evento mundial mais bem-sucedido de arrecadação de fundos para combater o câncer de mama. Tanto pessoas portadoras da doença quanto familiares e apoiadores do movimento podem participar dessas corridas. A corrida de Nova York, na qual surgiu a fita rosa, faz parte dessa série. A primeira corrida ocorreu em Dallas, em 1983, e contou com 800 pessoas. Hoje em dia, as corridas ocorrem em mais de 140 cidades ao redor do mundo e contam com a participação de centenas de milhares de pessoas mundo afora.

Em 1991, a revista Self publicou pela primeira vez uma edição especial de sua revista dedicada ao Breast Cancer Awareness Month. Essas revistas especiais se tornaram anuais. Na revista do ano seguinte, houve a popularização do laço rosa, pois a Self o colocou como capa dessa segunda edição. Além disso, Evelyn Lauder, vice-presidente da Estée Lauder, organizou para que centenas desses laços fossem colocados em suas lojas, nos Estados Unidos. Com estas iniciativas, em pouco tempo, a cor rosa se solidificou como símbolo da luta contra o câncer de mama.

Por que o mês de outubro?

A história do movimento Outubro Rosa começa na década de oitenta quando outubro é decretado como o Mês Nacional da Conscientização do Câncer de Mama nos EUA (National Breast Cancer Awareness Month). Antes disso, havia algumas ações esporádicas e específicas de ONGs, estados e cidades, porém não era um movimento organizado.

Já na década seguinte, diversas cidades americanas e fundações passaram a fazer eventos destinados à conscientização sobre do câncer de mama, sendo que a maioria desses eventos ocorria em espaços públicos. Desfiles com sobreviventes e corridas de conscientização foram se tornando cada vez mais comuns. Com o tempo, mais e mais locais passaram a adotar outubro como o mês de conscientização sobre o câncer de mama e a cor rosa foi se tornando um símbolo global de combate a essa doença. Assim, surgiu o Outubro Rosa.

Atualmente, o movimento tem escopo global, indo além de estados ou organizações. Muitas pessoas, inclusive os famosos, aderem ao movimento. No mundo esportivo, por exemplo, grandes ligas fazem campanhas de apoio ao outubro rosa. Um exemplo é a NFL, a liga de futebol americano, que começou a fazer campanhas para levantar fundos em 2009 e, em cinco anos, já havia arrecadado milhões de dólares para a causa. Além disso, jogadores também usaram partes de seu uniforme em rosa.

No Brasil, diversos times de futebol fazem campanhas pró outubro rosa há anos. Em 2019, por exemplo, a Adidas fez camisas especiais para jogadores do Flamengo e do São Paulo usarem como forma de apoio ao movimento. O dinheiro obtido pela venda das camisetas será revertido para a FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), que se define como “uma associação civil, sem fins econômicos, que busca ampliar o acesso ágil e adequado ao diagnóstico e ao tratamento do câncer de mama para todas as pacientes e, com isso, reduzir os índices de mortalidade pela doença no Brasil.” É muito importante que existam essas iniciativas, pois associações como a FEMAMA possuem os mecanismos para ajudar muitas pessoas e a disposição de doar a renda das vendas para essa causa é essencial para que se avance no combate ao câncer de mama.

Além disso, a iluminação de pontos históricos e turísticos na cor rosa tornou-se uma iniciativa entendida mundialmente como apoio ao combate de câncer de mama. Entre os locais que já aderiram ao movimento incluem-se o Big Bang, o Empire State Building, a Sydney Opera House, entre outros.

A iluminação do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, em dois de outubro de 2002, foi a primeira ação significativa de adesão ao Outubro Rosa no Brasil. A partir desse ano, foram registradas muitas outras ações por todo o País. Foi em 2008 que o Cristo Redentor, possivelmente o maior símbolo brasileiro em âmbito internacional, foi iluminado de rosa pela primeira vez.

Desde então, só houve o crescimento do movimento, tanto que em 2019 foi possível perceber o Outubro Rosa nas mais diversas mídias. Quantas pessoas no Facebook não adotam estes temas em seu Perfil? Atores e personalidades públicas utilizam o laço rosa em roupas, divulgando a iniciativa em suas redes sociais. É essencial que esse movimento nunca perca sua razão de ser e cresça continuamente para que mais pessoas consigam ter o seu diagnóstico o mais cedo possível e acesso a um tratamento adequado, fazendo com que a taxa de mortalidade do câncer de mama caia cada vez mais.

Fontes: https://web.archive.org/web/20110716123431/http://www.nbcam.org/about_faq.cfm http://www.brazilhealth.com/Visualizar/Artigo/79/Outubro-Rosa---Historia-e-Curiosidades?AspxAutoDetectCookieSupport=1 https://www.britannica.com/topic/Breast-Cancer-Awareness-Month http://www.ccb.usp.br/arquivos/cipa/1445257005_boletimcipaavisa75outubro2015.pdf http://www.evidencias.com.br/noticias/outubro-rosa-destaca-importancia-da-conscientizacao-sobre-cancer-de-mama/ https://www.femama.org.br/2018/br/femama/apresentacao?t=1571336757 https://www.femama.org.br/2018/br/noticia/corrida-pela-cura https://www.inca.gov.br/assuntos/outubro-rosa https://ww5.komen.org/raceforthecure/#RFTC_AboutRace http://www.komennyc.org/site/PageServer?pagename=TR2012_race_history https://ww5.komen.org/uploadedfiles/content_binaries/the_pink_ribbon_story.pdf https://ww5.komen.org/raceforthecure/?utm_source=komen.org&utm_medium=ParticiapteNavagation&utm_campaign=FindARace https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/09/27/adidas-flamengo-e-sao-paulo-se-unem-no-outubro-rosa.html http://www.outubrorosa.org.br/historia.htm https://www.pink-october.org/caring-for-women-foundation http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n5/0103-2100-ape-30-05-III.pdf http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n5/0103-2100-ape-30-05-III.pdf https://seguros.sompo.com.br/historia-outubro-rosa https://www.thefootballeducator.com/story-behind-pink-october-breast-cancer-awareness-month/ https://time.com/5408929/awareness-ribbons-history/ https://www.thinkpinkeurope.org/raceforthecure https://www.verywellhealth.com/top-rated-pink-ribbon-charities-430528 https://www.wearitpink.org/about/breast-cancer-awareness-month https://www.reach4recovery.org.za/women-making-history-charlotte-haley/ https://www.femama.org.br/2018/br/noticia/o-cancer-de-mama-em-numeros


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