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BOLSONARO E SUA DIFICULDADE EM NÃO APOSTAR TODAS AS SUAS FICHAS

O assunto de hoje é referente à política externa do nosso país, em que o governo dos EUA recusou apoio à entrada do Brasil na OCDE. O texto foi redigido pela nossa redatora Beatriz Fadoa!


Na última quinta-feira, dia 10 de outubro, a situação ficou mais uma vez desagradável para o governo de Bolsonaro. Dessa vez, o motivo para tal sensação cunha-se na política externa: o governo dos EUA negou apoio à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), privilegiando a filiação da Argentina e da Romênia ao bloco.


A decisão contradiz a postura pública adotada pelos Estados Unidos sobre a questão em março deste ano, quando Jair Bolsonaro e Donald Trump se encontraram e o presidente norte-americano declarou que apoiaria a entrada do Brasil no grupo. Além disso, o apoio foi confirmado, em julho, por Wilbur Ross, secretário de comércio dos EUA.


Em busca da aliança com Trump, sendo a entrada brasileira na OCDE um dos principais objetivos da política externa de Bolsonaro, o governo brasileiro fez várias concessões unilaterais, entre as quais cabe citar a dispensa da exigência de visto para norte americanos no Brasil, o uso americano da base militar de Alcântara (Maranhão) e a renúncia a tratamentos especiais destinados a países em desenvolvimento em negociação com a OMC. Essa última concessão merece destaque, visto que, devido à falta do endosso norte-americano, o Brasil se encontra agora desfalcado, sem o apoio de nenhuma das duas organizações.


Segundo fontes, o apoio da Casa Branca à entrada da Argentina e da Romênia deve-se a critérios cronológicos, isto é, esses dois países formalizaram o pedido de inclusão na OCDE antes de outros, incluindo o Brasil. Além disso, também foi dito que foram considerados os esforços de reforma econômica e compromisso com o mercado, o que se torna um pouco problemático no que tange ao Estado Argentino, porque, no ranking de Liberdade Econômica 2019 (elaborado pela Heritage Fundation), a Argentina localiza-se na 148º posição, apenas duas acima do Brasil.


Vale ressaltar também que o apoio norte-americano à Argentina e à Romênia ocorre em um momento em que os dois países passam por convulsões políticas. O primeiro vive uma tensão nascida nas eleições que ocorrerão em 27 de outubro de 2019, com uma provável ascensão ao poder da chapa kirchnerista, a qual demostrou interesse em não pagar a dívida argentina com o FMI. Já o segundo enfrenta uma instabilidade pautada na derrubada da primeira-ministra romena Dancila pela oposição, mesmo que apenas 1 mês antes da eleição presidencial.


O presidente da República, como sempre, esclareceu sua opinião sobre o assunto em transmissão ao vivo pelas redes sociais, mostrando compreensão no apoio dos EUA à Argentina e à Romênia. Já Trump reafirmou o apoio à entrada do Brasil na organização, mas não definiu prazos. Para concluir, Bolsonaro declarou “Daqui um ano, um ano e pouco, estaremos dentro, se Deus quiser”, colocando o futuro das relações comerciais externas brasileiras em uma possível permanência e reeleição do presidente norte-americano Donald Trump, o qual, segundo a Monmouth University, apresenta 44% de apoio popular ao impedimento.

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