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COM LEITURA DE MANIFESTO, ALUNOS DA FGV ANUNCIAM A CRIAÇÃO DE UM COLETIVO POLÍTICO

No último dia 06, alunos e alunas da FGV EAESP se reuniram no fumódromo da faculdade, como normalmente fazem durante o intervalo entre as aulas. Entretanto, algo diferente ocorreu: um grupo de alunos reunia-se ali para ler, pela primeira vez, o “Manifesto pela Democracia”, texto intitulado por eles e que serviu de apresentação do coletivo Resistência GVniana para toda a FGV, o novo movimento estudantil da faculdade.


Em meio a manifestações de apoio e de descontentamento à leitura, o texto foi lido por um aluno em nome de todo o grupo, que atualmente conta com cerca de 200 participantes, e esclareceu seus objetivos perante o atual momento do país: defender a pluralidade, a democracia e as minorias. Segundo Rafael Foschini, aluno do sétimo semestre de Administração de Empresas, o coletivo “tem a importância de utilizar o conhecimento, a estrutura e a rede de contatos que a FGV proporciona para promover a defesa da democracia, das minorias e do poder popular”.


O coletivo deixou claro em seu manifesto a defesa das instituições que, segundo eles, o atual Chefe do Executivo Jair Bolsonaro desprezou e sucateou ao longo de seu mandato. Entraram em pauta, também, a defesa do meio ambiente, a valorização da ciência e a proteção às minorias, todos tópicos que geraram conflitos e debates ao longo do Governo Bolsonaro.


“O objetivo do coletivo é politizar os alunos da FGV e promover espaços para ações e manifestações que estejam mais alinhadas com o espectro político de esquerda e centro esquerda, além da ampla discussão de direitos humanos, feminismo, movimento negro e LGBTQIA+” disse Carolina Loeb, diretora cultural do Diretório Acadêmico Getulio Vargas, que representa os cursos de Administração de Empresas, Administração Pública e Economia dentro da FGV.


Embora fundado no período eleitoral, o coletivo pretende ser uma entidade permanente dentro da faculdade. Segundo Loeb, “foi criado para realizar ações para retirar Bolsonaro do poder por vias democráticas, mas ainda estender suas atividades no futuro”.


As mobilizações para a criação da entidade política foram rápidas e, logo na segunda-feira após o primeiro turno das eleições de 2022, a primeira reunião já havia ocorrido. O número de alunos que integram o grupo só aumentou com o passar dos dias, passando a contar com o apoio, inclusive, de professores da faculdade após a leitura do manifesto.

Entre o alunato, o coletivo foi visto por muitos como uma ação positiva, que estimula a politização dentro da faculdade. A FGV não tinha um coletivo político e, por isso, alunos de diferentes cursos defendem a sua atuação.


“Me identifico muito [com o coletivo], principalmente por entender a importância de, em um ambiente como o da GV, se ter um movimento organizado para defender o futuro do país, independente da condição das pessoas que o integram” disse João Pedro Behrend, aluno do segundo semestre de Relações Internacionais.


A rápida adesão dos alunos de diversos cursos ocorreu de forma prática: qualquer um pode se juntar ao movimento ingressando no grupo do WhatsApp e escolhendo alguma das cinco frentes de atuação: institucional, artes, redes sociais, ações externas e ações internas.


“A GV ainda representa um ambiente muito fechado e enviesado para opiniões que não necessariamente refletem em uma maior diversidade e promovem políticas sociais que abranjam outras classes e ideias. Um coletivo como esse representa uma oportunidade para todos terem contato com visões diferentes e que reflitam uma pluralidade de opiniões, algo de grande importância para pensar uma democracia e fundamentar decisões coletivas daqueles que um dia estarão ocupando os principais cargos do país.” acrescentou Andressa Sayuri, aluna do quarto semestre de Direito.


Passada a leitura do manifesto, o grupo busca concentrar suas ações na promoção de campanhas de candidatos que apoiam no segundo turno eleitoral para presidente e governador do estado: Lula e Haddad, respectivamente.


A associação com o movimento continua livre e, segundo eles, qualquer aluno da FGV que defenda a democracia é bem-vindo.


Membros do coletivo presentes na leitura do manifesto


Autoria: Arthur Quinello

Revisão: Gabriela Barreto e João Colleoni

Imagem de capa: coletivo Resistência Gvniana


 

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