Por meio de seu primeiro texto publicado na Gazeta, o nosso redator Luca Mercadante propõe um convite ao debate.
Olá, meu nome está escrito ali, bem abaixo do título do texto. Não sei se você sabe, leitor, mas esse é o primeiro texto que escrevo para a Gazeta. Por este motivo, gostaria de seguir as normas de etiqueta e me apresentar. Mas meu texto não serve apenas para isso, quero também propor algumas condutas para, não só estreitar, mas enriquecer a relação entre autor e leitor. Os detalhes conto mais adiante.
Estou no segundo ano do curso de Economia na GV e tive a ideia interessante de entrar neste meio de comunicação do ambiente gevêniano para exercitar um prazer que tenho: a escrita. "Ó", dirá o leitor, "mas que justificativa clichê". Não poderia concordar mais. Entretanto, tenho outras ambições.
O ambiente de uma revista, jornal, meio de comunicação, seja lá como você queira classificar a Gazeta, é um ambiente de ideias livres, bem estruturadas, cheias de pontos e vírgulas. É neste tipo de lugar, em que visões de mundo são expostas, que o ponto pode discordar da vírgula formando um bonito debate. Não é o que eu tenho visto. Vejo textos maravilhosos, cheios de ideias fortes, lindas, poderosas, mas raramente vejo alguma discordância entre as prosas.
Aos redatores que estão lendo esse texto, sintam-se provocados, mas a provocação não se limita a vocês. Segue minha sugestão de conduta, e que secretamente, é o objetivo principal do meu texto.
Desde que entrei na Fundação, tenho uma pulga atrás da orelha. Raramente vejo um debate, seja entre alunos, professores, ou redatores. Até nas palestras e apresentações, as críticas e discordâncias deixam de aparecer. Os alunos concordam com os palestrantes que concordam entre si. Esse ambiente apático é um desperdício. Quantas ideias interessantes poderiam surgir de uma boa discordância. Então proponho o seguinte, para todos que quiserem ouvir: vamos construir uma relação em que discordamos uns dos outros para, de maneira respeitosa, debatermos e construirmos argumentos mais ricos e sólidos.
Este é meu primeiro texto mas, se quiser, já discorde dele. Ou espere para os próximos que virão, mas me procure nos corredores, escreva uma resposta. Não se acanhe. Estou aqui, de braços abertos, para podermos debater. Esta é minha sugestão: discorde. Bom, é um paradoxo.
Esta primeira prosa que fiz não carrega muito conteúdo, e peço perdão por isso, mas precisava estabelecer esta relação. Caso contrário, talvez escrever perdesse o sentido.
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