
Que não parem o carnaval,
pois já se parou a cidade
que mal entendia o casal
que passou a sorrir de verdade.
De cores, ritmos e luz,
não parem o carnaval!
Deixem que ao menos velho
aproveite o suspiro final.
Que não parem o carnaval,
pois a cena parece novela.
É festa em toda avenida.
É agito em toda viela.
Que não parem o carnaval
e a música fora do tom,
pois o som em nossos ouvidos
nunca esteve tão bom.
Que não parem o carnaval,
momento de festa e alegria,
para que toda tristeza só suma
por baixo de uma fantasia.
Que não parem o carnaval,
momento de plena igualdade
em que todas as classes e cores
buscam sua felicidade.
Não volte, cidade, ao normal.
Não volte a se fazer vivida
com luzes, carros e sons,
que voltam a tomar a avenida.
Não volte, cidade, ao normal,
pois já me encheu de esperança
que por trás de todo seu caos
há espaço para ser criança.
Há espaço para festança
há espaço para ser contente
com o amasso, o pulo e a dança
que tornam da gente mais gente.
Autoria: Thomás Furtado Danelon
Revisão: Anna Cecília Serrano
Imagem de capa: Pierrot de Jean Denis Fintrini
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