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OUTUBRO ROSA - COMO PREVENIR O CÂNCER DE MAMA?


Como o nosso mês do outubro rosa está acabando, decidimos divulgar algumas matérias com o intuito de aumentar a sua conscientização sobre o câncer de mama. A entrevista de hoje foi feita por Rafael Coquejo, com a Dra. Sofia Freitas, ginecologista e obstetra!

Em outubro ocorre um movimento internacional conhecido como Outubro Rosa que busca conscientizar as pessoas acerca do câncer de mama e do câncer de colo de útero, em especial no que tange a luta contra essas doenças e a importância do diagnóstico precoce.Tendo em mente a importância e necessidade desse movimento, a Gazeta procurou fazer algo significativo em relação ao Outubro Rosa, não apenas fazer um post pontual, mas sim trazer algo mais aprofundado e completo para os nossos leitores. Assim, estamos, no decorrer do mês de outubro, publicando matérias, entrevistas e relatos que tratam, em especial, sobre o câncer de mama e sobre o próprio movimento Outubro Rosa.Para dar sequência a essa série de postagens, nosso repórter Rafael Coquejo realizou uma entrevista com a Dra. Sofia Freitas - ginecologista e obstetra especializada em sexualidade humana.


O que é o câncer de mama?

O câncer de mama é uma doença que causa uma alteração e desordem na multiplicação das células, gerando células anormais que formam um tumor. Existem vários tipos de câncer de mama, por isso a doença pode evoluir de diferentes formas.O câncer de mama é o câncer mais frequente entre as mulheres, 1 a cada 12 mulheres terá câncer de mama até os 90 anos de idade. Também é bom lembrar que o câncer de mama pode acometer homens, mas é raro, sendo só 1% do total de casos.


O que causa o câncer de mama?

O câncer de mama não tem uma causa específica, mas vários fatores predispõem a doença. O mais importante deles é a idade, cerca de 4 em cada 5 casos ocorrem em pacientes acima de 50 anos. Também existem fatores genéticos; por exemplo, pessoas de mesma família podem apresentar a doença. Além disso, obesidade, sedentarismo e alcoolismo podem ser fatores que influenciam o surgimento do câncer de mama. Junto disso, pessoas que tiveram a primeira menstruação com menos de 12 anos, a primeira gravidez após os 30 anos, que não têm filhos, que fazem uso recorrente de anticoncepcionais e reposições hormonais após a menopausa por mais de 5 anos são mais predispostas a terem a doença.


Quais são os tipos de câncer de mama?

Existem 4 tipos de câncer de mama. Dois deles são hormônio-dependentes, um do estrogênio e outro da progesterona. Primeiro, é importante entender que as células do câncer de mama têm marcadores na sua superfície, aquelas que têm marcadores para receptores estrogênicos são estimulados a multiplicar-se de forma desordenada pela influência do estrogênio, o mesmo acontece no caso da progesterona.Outro tipo é a Her2, que é uma proteína da superfície da célula que sofre mutação espontânea, causando a multiplicação desordenada.O quarto tipo é o triplo-negativo. Nesse caso, as células se multiplicam de forma desordenada, mas elas não têm receptores estimulantes.A diferença entre os tipos de câncer é importante principalmente para o tratamento da doença. Para os casos em que as células têm receptores, a solução é o uso de medicamentos para inibir os receptores. Já no tipo triplo-negativo, o tratamento é a quimioterapia, uma vez que não existem receptores nas células.


Como identificar o câncer de mama? Quais os principais exames e com que frequência devem ser realizados?

Primeiramente, é importante conscientizar as mulheres sobre o autoexame das mamas, para que elas se conheçam, apalpem-se e consigam investigar nódulos e retrações. Os exames de imagem também fazem a investigação de lesões nas mamas, esses exames são a mamografia, a ultrassonografia das mamas e a ressonância nuclear magnética. Desses três, o principal exame, que faz o rastreamento para o câncer de mama, é a mamografia. A partir dos 40 anos, as mulheres devem fazer a mamografia a cada 2 anos e, a partir dos 50 anos, o exame deve ser feito todos os anos.


Qual a importância da mamografia?

A mamografia é muito importante porque é um exame que detecta lesões não palpáveis da mama, ou seja, lesões que você não percebe na apalpação. Ela faz o diagnóstico do câncer precoce, no seu estágio inicial, o que aumenta as chances de sucesso no tratamento e diminui a mortalidade.


Por que algumas mulheres ainda têm medo de realizar a mamografia?

Muitas mulheres não realizam a mamografia pelo medo de serem diagnosticadas com o câncer e, consequentemente, terem que se submeter à cirurgia. Também existe o fato de que a mama é sensível, o que causa um certo desconforto e dor durante o exame, já que a mama é puxada pelo aparelho, que a comprime.


Qual a diferença entre o câncer de mama masculino e o feminino?

A diferença mais óbvia entre a mama masculina e feminina é o tamanho. Como o homem tem menos tecido mamário, fica mais fácil observar e sentir pequenas massas tumorais. Por outro lado, os tumores não precisam crescer muito para atingir a auréola, a pele que cobre a mama e os músculos, ou seja, o câncer de mama em homens tende a ser menor que o das mulheres no momento do diagnóstico, mas, geralmente, ele já se disseminou pelo corpo e atingiu tecidos mais distantes e vasos mais profundos.


Quais são os principais sinais e sintomas da doença?

O principal é o nódulo, que é o caroço que muitas vezes é percebido pela paciente e geralmente é indolor. A pele pode ficar avermelhada e pode haver uma retração no enrugamento da pele e parecer uma casca de laranja grossa. Há também sintomas como alterações no bico e no mamilo, pequenos nódulos nas axilas e no pescoço e saída de líquido espontânea e anormal dos mamilos.


Como se prevenir?

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com mudanças de hábitos e costumes, como praticar atividades físicas, alimentar-se de maneira saudável, manter-se no peso adequado, não fumar, evitar consumo de álcool e evitar uso de hormônios sintéticos como anticoncepcionais (principalmente se existir histórico familiar). Além disso, para se prevenir é extremamente importante fazer o autoexame e a mamografia de rotina.


Qual o tratamento para quem já desenvolveu a doença?

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que o câncer se encontra e do tipo de tumor. Pode-se fazer o tratamento com a hormonioterapia, para inibir os receptores tumorais ou as células mutantes Her2, ou com a quimioterapia e a radioterapia, no caso do tipo triplo-negativo. Muitas vezes, a quimioterapia é usada para diminuir o tamanho de tumor para que depois a paciente vá para a cirurgia. No caso de metástase (quando o câncer já se espalhou para outros órgãos), o tratamento é focado na busca de sobrevida e na maior qualidade de vida da paciente.É importante lembrar que quando a doença é diagnosticada no início, as chances de cura são maiores, podendo chegar a 95%.

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