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QUEM FOI OMAR AL-MUKHTAR, O LEÃO DO DESERTO?



Atualmente, a Líbia enfrenta uma das maiores crises humanitárias do mundo. De conflitos armados a desastres ambientais, o povo líbio passou por anos de guerra civil e, em setembro de 2023, viu seu país ser atingido por uma forte tempestade, que gerou diversas enchentes. A cidade de Derna, ao norte do país, foi a principal afetada - Hichem Abu Chkiouat, ministro da aviação afirmou à época que “não estava exagerando quando dizia que ao menos 25% da cidade havia desaparecido”. Apesar das dificuldades, um relatório do programa World Food Programme (WFP), criado pela ONU e que teve atuação importante na Líbia após as enchentes, afirmou que, nas análises de 2023, foi possível identificar uma contínua diminuição nas necessidades humanitárias no país. Isso marca sua transição de foco humanitário para um contexto de recuperação, estabilização e desenvolvimento. Entretanto, ainda existem desafios a serem vencidos na Líbia.


A situação do país norte-africano é triste e, no ocidente, pouco se enxerga as razões por trás da crise e, principalmente, nada se vê de sua magnífica história. Muito além da crise, a Líbia é um país que simboliza resistência e luta entre as nações árabes e africanas. Pouco se comenta, mas o povo líbio foi um dos maiores opositores do fascismo italiano. E foi na Líbia que nasceu Omar Al-Mukhtar, aquele que posteriormente ganharia o apelido de Leão do Deserto e se tornaria um dos maiores heróis da história árabe, africana, islâmica e, claro, o maior da história líbia. 


Antes de falar sobre Omar Al-Mukhtar, faz-se necessário compreender o contexto histórico na África durante os séculos XIX e XX. Ao final dos anos 1800, a Europa possuía uma variedade de potências: o Império Britânico, a França, Alemanha, Holanda, Itália e, por fim, já em decadência, Portugal e Espanha. As potências estavam em constantes disputas - poder, influência, riqueza, dentre outros - e precisavam achar meios de se imporem umas sobre as outras. Com o avanço da tecnologia e da medicina, os europeus viram então uma oportunidade: a África. É aproximadamente em 1870 que os europeus, motivados pela ganância, pelo etnocentrismo, pelo desejo de propagação do cristianismo, que dá-se início a intensa colonização e exploração dos países africanos.


Em novembro de 1884, foi iniciada a Conferência de Berlim, durando até fevereiro de 1885. O objetivo era de repartir todo o continente africano entre as potências europeias, assim como de estabelecer regras para a conquista e exploração das nações africanas. Sobre o imperialismo, os professores Enoch Ndem Okon e Victor Ojakorotu, no artigo Imperialism and Contemporary Africa: An Analysis of Continuity and Change, escrevem:


“Os imperialistas adotam métodos de controle direto e indireto na gestão desses territórios. O método de controle indireto envolve o uso de funcionários nativos, que têm liberdade limitada na governança, com o objetivo de desenvolver futuros líderes. [...] No entanto, o controle direto envolveu o uso de funcionários estrangeiros, negação de qualquer forma de autogoverno para os povos indígenas com o objetivo de assimilação.


Independentemente do método de controle, havia características comuns como: a utilização da terra, das pessoas e dos recursos para o benefício dos imperialistas; lucrar com as relações econômicas desiguais e frequentemente brutalmente impostas; rearranjar os mercados africanos para consumir bens europeus; imposição forçada de leis europeias sobre os povos indígenas; e restrição dos direitos básicos de viver, trabalhar, associar-se e se locomover, bem como desconsideração pela religião e cultura dos povos locais (Rodney, 1972).”


É a partir do imperialismo europeu no continente africano, visando os próprios interesses, que muitas barbáries passam a ser cometidas. Entre 1885 e 1908, cerca de 10 milhões de pessoas foram mortas no Congo, sob domínio do rei belga Leopoldo II. Entre 1904 e 1908, a Alemanha, que ocupava a Namíbia, promoveu a morte de cerca de 100 mil pessoas das etnias hereros e namaquas. Cerca de 80% da população herero foi dizimada pelas forças alemãs. Entre 1898 e 1899, a mando do governo francês, ocorre a Missão Voulet-Chanoine no Níger, que viria a terminar com o massacre de diversos nigerinos. Foi nesse contexto que Omar Al-Mukhtar cresceu.


Não se sabe ao certo o ano de nascimento de Omar Al-Mukhtar, contudo é sabido que foi entre 1856 e 1862, na vila de Zawiyat Janzur, que localizava-se na costa oriente da Líbia. Seu pai morreu cedo, então Al-Mukhtar foi adotado por um sheik. Cresceu com educação islâmica, que decidiu continuar estudando e, por isso, ao atingir idade suficiente, foi estudar na Universidade de Jaghbub, que era sede da ordem muçulmana chamada Senusiyya. Durante os aproximados oito anos em que estudou lá, tornou-se um homem admirado pela grande religiosidade, capacidade de resolver conflitos, gentileza, sabedoria e, também, por ser justo. Um tempo depois, viajou para o Sudão, onde foi nomeado vice-líder dos Senusiyya. Acredita-se que foi durante esta viagem que ganhou o apelido que carregaria até o fim de sua vida: Asad al-Sahaara, ou como por aqui é conhecido, Leão do Deserto. Segundo a história de seu apelido, Al-Mukhtar, ao enxergar um leão que se aproximava da caravana em que viajava junto de outras pessoas, teria montado em seu cavalo e atraído o felino para longe, retornando com a cabeça do animal em suas mãos. Verdadeira ou não, a história se espalhou e, então, o já admirado Omar Al-Mukhtar passou a ser aclamado.


É em 1899 que o já conhecido Leão do Deserto entrou na resistência contra o imperialismo europeu. O avanço de tropas europeias contra as nações africanas se intensificava cada vez mais, com cada vez mais violência e, por consequência, causava temor em todos os povos. Em 1896, a França invadiu Burkina Faso, obtendo uma vitória e ocupando o país em 1897. Em 1898, na cidade de Dakar, Senegal, é iniciada a já citada neste texto “Missão Voulet-Chanoine”, cujo objetivo era colocar a área sob “proteção” francesa - uma desculpa utilizada para justificar a invasão e a exploração que estavam sendo realizadas e que viriam a se expandir. Prevendo a investida francesa, a ordem Senusiyya enviou forças de resistência, Omar Al-Mukhtar estando presente nelas, ao Chade em 1899, país fronteiriço com o Sudão. Conforme o previsto, ainda em 1899, a França invadiu o Níger e, no mesmo ano, o Chade. 


O líder da missão francesa, Paul Voulet, já havia sido um dos líderes na invasão contra a Burkina Faso e os seus “bons resultados” - e, por “bons resultados”, compreende-se que ele praticava atos de uma natureza cruel que era efetiva contra qualquer pessoa que resistisse ao domínio francês - garantiram que ele liderasse o, até então, principal plano francês de expansão territorial na África. Como segundo no comando, foi colocado Julien Chanoine, filho do então ministro da guerra francês. A invasão a Burkina Faso já havia sido sanguinária, mas todo o poder dado a Paul Voulet permitiu que a nova missão saísse do controle do próprio governo francês, que não previu que Voulet tentaria tomar os territórios dominados para si com o objetivo de tornar-se um governante local. É difícil saber quantas pessoas foram mortas na execução da missão. Estima-se que entre 7 e 15 mil pastores da etnia fulani foram mortos no Níger ao longo de apenas um ano. Estima-se também que cerca de 800 mulheres teriam sido obrigadas a se tornarem escravas das tropas de Voulet. 


O fracasso da Missão Voulet-Chanoine atrasou um pouco os planos franceses. Ainda em 1899, as tropas de Voulet teriam tentado invadir o Chade pelo norte, onde depararam-se com as forças de resistência Senusiyya, mais bem preparadas do que o previsto e que bem puderam se defender. Apesar disso, após a traição e posterior execução de Paul Voulet, com os territórios novamente sob controle francês - que, na realidade, nunca estiveram de fato controlados pela dupla Voulet e Chanoine - em 1900, a França se estabelece no Níger e também no Chade. A resistência não cessou nos dois países, especialmente no Níger, onde a França só conseguiu estabelecer um controle da população civil em 1922. O Chade, por outro lado, viu sua resistência muito enfraquecer após 1900, além de ter assistido a rendição de alguns aliados importantes e outros formarem acordos de paz em troca de benefícios do governo francês. 


Omar Al-Mukhtar manteve-se nas forças de resistência da Senusiyya no Chade até 1902. Nesse ano, foi notificado que o segundo no comando da ordem Senusiyya havia falecido e, por isso, devia retornar para a Líbia, para a cidade de Zawiyat al-Qusour, na região norte do país. De volta ao seu país de origem, Al-Mukhtar foi nomeado o sheik da cidade de Zawiyat al-Qusour. Muito pouco se sabe sobre os anos do Leão do Deserto no Chade - a resistência Senusiyya pouco vazava suas informações - e, por isso, não há como dizer, com garantia, qual papel ele desempenhou na resistência. Do pouco que se sabe, vale dizer que Omar Al-Mukhtar foi para Chade já muito respeitado e de lá saiu ainda mais admirado. E sabe-se também que a experiência que adquiriu no país seria crucial para quando, enfim, colocasse seu nome na história como um dos maiores combatentes do imperialismo, alguns anos mais tarde. Por isso, suspeita-se que Al-Mukhar possa ter desempenhado papéis de liderança e também na linha de frente do combate.


A esse ponto, o Leão do Deserto já era muito conhecido e idolatrado, ao menos, entre a comunidade islâmica no norte da África, como um líder religioso. Porém, sua imagem como herói e um símbolo de resistência começa, de fato, em 1911, com a invasão italiana à Líbia. 


Na divisão feita na Conferência de Berlim, houve um favorecimento às duas maiores potências europeias da época: o Império Britânico e a França. Juntas, as duas potências dominaram mais de metade de todo o território do continente africano. Houve insatisfações entre as nações europeias, sendo a Itália uma delas. Na divisão, a Itália tinha ficado com o chifre africano, formado hoje pela Etiópia e a Somália, e com a Líbia, que na realidade já era território do Império Otomano. Um conflito armado, ou pior, uma guerra contra os otomanos, não era algo desejável pelos italianos naquele momento. Por outro lado, já tinham sido desfavorecidos na conferência e, por isso, não podiam apenas descartar um território no continente. Isso levou à decisão de invadir o chifre africano e, quando o domínio sobre o território estivesse estabelecido, declarar guerra aos otomanos e conquistar a Líbia. 


A região que hoje é a Somália foi o primeiro território que os italianos adquiriram na África, em 1889. Em março de 1896, ocorreu a histórica Batalha de Adwa. Após a conquista de seu primeiro território, os italianos começaram a tentar avançar contra a Etiópia, conseguindo vitórias importantes principalmente ao norte do país. A resposta veio em setembro de 1895, quando Menelik II, imperador etíope, liderou cerca de 100 mil homens em uma marcha aos territórios ocupados pelas forças italianas e, com sucesso, obrigou o recuo destas. Na noite de 29 de fevereiro de 1896, houve uma última tentativa das enfraquecidas e desesperadas tropas italianas: dividiram-se em três colunas sobre um terreno montanhoso na escuridão da noite, sob a estratégia de pegar os etíopes de surpresa. Contudo, o desconhecimento do terreno fez com que se perdessem e o plano se voltasse contra eles mesmos: os etíopes foram capazes de identificar a localização de cada uma das três colunas e, uma a uma, derrotaram-nas. E, assim, o dia 1 de março de 1896 entrou na história como a primeira vez que uma nação africana derrotou uma potência imperialista europeia. Sobre isso, Esther Oni Oluwafisayomi escreve em seu artigo The Battle of Adwa: How Africa Defeated Europe and its Lessons for Africa Security Strategy:


“É importante notar que a batalha de Adwa teve um efeito duradouro nos países africanos, assim como nas nações europeias. Ela representa uma vitória duradoura para os africanos. A batalha foi um desafio à expansão imperial europeia. Os diversos eventos que levaram eventualmente à derrota da Itália significam o quão bem os africanos podem se organizar para montar uma defesa contra a invasão externa. Isso expõe a capacidade dos africanos de planejar, organizar e executar sem forças externas. Há a necessidade de os países africanos reexaminarem a batalha de Adwa como um lembrete de sua força, mesmo em tempos de questões de segurança externa e interna”.


Contudo, se para as nações africanas, o que fica na história é uma vitória a nunca ser esquecida, o mesmo não pode ser dito sobre os italianos. Expulsos da Etiópia, tornaram-se uma vergonha entre as potências europeias e até a própria população reprovou a derrota para os etíopes. Afinal, o etnocentrismo europeu não permitia que aceitassem que haviam sido derrotados por uma nação que julgavam como inferior - o que é irônico, pois, em uma análise mais aprofundada, foi o próprio etnocentrismo europeu que levou a Itália para sua derrota: por não verem o povo etíope como iguais, os subestimaram e atacaram já com uma certeza de vitória. E, naquele momento, o mesmo motivo que havia sido uma das principais causas da derrota italiana era o que alimentava o senso de vergonha perante sua própria população e vizinhos europeus.


O que começou como vergonha tornou-se ódio. E assim, após alguns anos de recuperação, em 1911, a Itália declarou guerra ao Império Otomano e, assim, invadiu a Líbia. Mas ao contrário do que previam, a maior preocupação não foi o Império Otomano, que no ano seguinte, 1912, com o Tratado de Ouchy, cedeu a Líbia à Itália. A maior preocupação, na verdade, carregava o nome de Omar Al-Mukhtar.


Quando, em 1912, a Itália passa a oficialmente ocupar a Líbia, Omar Al-Mukhtar torna-se o principal comandante da resistência dos líbios. Sob o lema “Nós Venceremos ou Morreremos”, ao longo de 10 anos, a resistência provocou diversas baixas nas forças italianas. Al-Mukhtar identificou, com sucesso, a principal fraqueza dos invasores: não acostumados com o terreno desértico do país norte africano, jamais conseguiam prever possíveis emboscadas ou ataques surpresas. Ainda que as tropas italianas estivessem cientes de que este era o principal método de ataque dos rebeldes, o desconhecimento do terreno impossibilitava uma devida precaução. Para além disso, a experiência de Al-Mukhtar em seus anos no Chade permitiram que o até então líder religioso se tornasse também um líder da luta, resistência e coragem do povo líbio, além de um grande estrategista de batalha. Se, por um lado, os italianos não conseguiam prever os passos da resistência, pelo outro, o Leão do Deserto previa a maior parte das ações dos europeus, permitindo que a resistência pudesse causar danos significativos nas tropas invasoras. Omar Al-Mukhtar não apenas comandava a resistência - ele também ia para a linha de frente e provocava baixas. Ao longo desses 10 anos, os frequentes sucessos, ainda que por vezes pequenos, da resistência tornaram o nome de Omar Al-Mukhtar conhecido até mesmo entre os italianos. Como uma tentativa de enfraquecer a oposição, a potência europeia passa a divulgar e propagar que Omar Al-Mukhtar era um terrorista e que ele ameaçava a paz na Líbia. Não obtiveram sucesso.


Entretanto, em 1922, surge uma virada no tabuleiro. Benito Mussolini é nomeado primeiro-ministro da Itália, dando início ao governo fascista italiano. Com isso, uma nova política é implementada, a qual foi chamada de “Reconquista”. A ideia por trás era aumentar a influência e o poder da Itália no Mediterrâneo e, para isso, era necessário restabelecer o controle das antigas colônias romanas na África. A violência na Líbia aumentou. Execuções em massa foram feitas (não apenas de pessoas que faziam parte das forças de resistência), campos de concentração foram utilizados, poços de água foram envenenados ao longo de toda a Líbia, dentre diversas outras táticas sujas. Esperava-se que, com elas, a resistência perdesse influência e também sua moral entre o povo líbio, tornando a subjugação deste mais fácil. Não foi o que ocorreu. O resultado foi um crescimento no apoio das forças de resistência e um ódio crescente pelos italianos, consequentemente fortalecendo a resistência.


Ainda que a política de Mussolini fosse muito mais violenta e agressiva, forçando Al-Mukhtar a reformular algumas de suas estratégias de batalha, ela não foi suficiente para derrotar a resistência líbia. E isso escancarou-se em 1927. As tropas fascistas receberam informações da localização da resistência, ao leste da Líbia. Com o intuito de destruir de uma vez por todas a oposição, cerca de 5 mil soldados italianos foram ao leste da Líbia. As forças de resistência tinham consigo, naquele momento, apenas 1500 combatentes, além de um dever a mais que era de recuar civis, especialmente mulheres e crianças. Omar Al-Mukhtar, ao saber da ofensiva fascista, ordenou que trincheiras fossem escavadas e lá fossem abrigados os civis e, em seguida, dividiu todos os seus combatentes em grupos bem pequenos, de forma a tentar diminuir as perdas, e espalhou-os pelo terreno, para tentar maximizar os danos. A estratégia funcionou e um grupo de 5 mil soldados italianos foi derrotado e forçado a recuar. Novamente, a Itália foi feita de chacota entre as demais potências europeias e até pela própria população.


Após essa vitória, a resistência líbia ganhou muita força e, inclusive, começou a retomar o controle de algumas regiões no país que estavam sob domínio fascista. Em 1929, os italianos, vendo a dificuldade que vinha sendo lidar com a resistência, oferecem a Omar Al-Mukhtar a oportunidade de um acordo, que foi aceito. Três reuniões foram feitas. As duas primeiras não obtiveram resultados, pois a estratégia dos fascistas era de oferecer uma grande quantia de dinheiro e luxo a Al-Mukhtar em troca dele abandonar a resistência. O Leão do Deserto considerou tais propostas ofensivas à sua honra. Na terceira, porém, os italianos atenderam às exigências de Al-Mukhtar, dentre as quais vale citar o acesso a educação, a garantia de que a língua árabe e o Islã seriam ensinados e a igualdade política entre líbios e italianos, e um acordo foi feito, porém não assinado. Quando chegou o dia de assinar, oficialmente, o tratado, este havia sido extremamente adulterado pelas forças fascistas. Portanto, não foi assinado e, em resposta, as ações das forças de resistência foram intensificadas.


Foi em setembro de 1931, porém, que Omar Al-Mukhtar foi capturado pelas tropas fascistas. Três dias depois, foi levado ao tribunal e não negou nada do que foi acusado. Pelo contrário, apenas afirmou que os líbios jamais deixariam de resistir à ocupação e opressão de quem quer que fosse. E, assim, foi decretado que a pena para o líder da resistência era a morte. Al-Mukhtar não esboçou reação alguma, apenas respondeu: “de Allah nós viemos, para Allah devemos retornar”. No dia seguinte, em frente a uma multidão, o Leão do Deserto foi morto enforcado. Suas últimas palavras foram versos do Alcorão:


“E tu, ó alma tranquila, retorna ao teu Senhor, satisfeita (com Ele) e Ele satisfeito (contigo)! Entra no número dos Meus servos! E entra no Meu Paraíso!” (Alcorão, 89:27-30).


E, assim, Omar Al-Mukhtar tornou-se um mártir. Um herói para um povo. E um símbolo de resistência que perdura até os dias de hoje.


Autoria: Rauhã Capitão

Revisão: André Rhinow, Luiza Parisi e Sofia Almeida

Imagem de Capa: Pinterest


 

Referências/Fontes:


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