Queridos Eus passados,
Estou em dezembro. Já é dezembro de 2023 e eu concluí meu primeiro ano de faculdade. Olhando minha trajetória, percebi que precisava falar com vocês. Com cada um. Tenho coisas diferentes a dizer para cada.
Irei começar com você, meu Eu bebê. Meu Eu de 2004, recém nascido em outubro. Em casa, já há um irmãozinho, também recém nascido, lhe esperando. O nome dele é Tiby, faz apenas um mês que nasceu e veio pra nossa família. Nossa mãe achou que ele seria uma boa companhia pra você e, se me permite, irei adiantar que ele foi muito melhor que só uma boa companhia, mesmo que bom humor não fosse uma de suas características mais fortes. Eu me pergunto, às vezes, como foi esse momento para você – sair de um lugar quentinho e sem nenhum perigo ou preocupação para uma sala cheia de luzes, pessoas desconhecidas te pegando no colo e percebendo que sua realidade mudaria para sempre. E é engraçado. Com o passar dos anos, nós esquecemos tudo dessa fase da vida mas às vezes tudo que queremos é voltar para aquele lugar quentinho e sem nenhum perigo ou preocupação de onde você veio, meu querido Eu de 2004. Mas vai ficar tudo bem. Você tem uma mãe e um pai que lhe amam muito, um irmãozinho mais velho peludo que pode não ser muito fã de lambidas e brincadeiras, mas que sempre estará perto de ti e um futuro que, sinceramente, você ainda não é capaz de compreender mas está por vir.
Ao meu Eu de 2011, parabéns! Você aprendeu a ler. Sei como você está se sentindo por dentro. Para você, essa é a maior conquista de sua vida, mas não comentou isso com ninguém, pois tem medo de tirarem sarro. Sei que está feliz porque, antes, tinha que pedir para outras pessoas lerem as histórias para você e, na verdade, ninguém era bom nisso, apenas a mamãe. Mas agora, você não tem mais esse problema. Agora, você mesmo escolhe e lê o que quer. E, às vezes, sente dó do pobre coitado do Tiby, que ninguém ensinou a ler. Por isso, você pega ele em seu colo, coloca ao seu lado no sofá e começa a ler as historinhas para ele. Um dia, talvez, ele aprenda a ler. Porém ele tem que parar de ser preguiçoso e parar de se levantar do sofá no meio das historinhas. E tem também que parar de se mexer tentando se soltar quando você pega ele no colo para levar para o sofá. Sua leitura favorita são os gibis, em especial os do Cebolinha e do Cascão, por isso me pergunto se você ficaria surpreso de saber que, em alguns anos, seus favoritos serão os do Chico Bento.
Sei também que você ama quando a mamãe te chama para ir naquele parque gigantesco para comer amora, aos finais de semana. Aproveite esse momento. Um dia, você perceberá que o parque gigantesco era, na verdade, uma pequena pracinha e que as amoras nem eram tão boas assim. O que você realmente gosta são esses pequenos momentos, mas você ainda tem apenas 6,7 anos. Não há necessidade de entender isso ainda. Por isso, apenas continue lendo suas histórias, tentando fazer o Tiby aprender a ler e aproveitando as deliciosas amoras do “parque gigantesco”. E, caso tenha algum pesadelo, é só ir dormir com a mamãe.
Meu Eu de 2013, sei que está apreensivo. Você se mudou pela primeira vez. E a cidade nova é tão…pequena. Não tem nem mesmo um McDonald's! Como você irá pedir agora pelo seu Mclanche feliz, você que tanto insiste em dizer que gosta do hambúrguer, mas na verdade só se importa com o brinquedo? Porém, se me permite, irei tranquilizá-lo um pouco. Você vai amar essa cidade. Você vai conhecer amigos que estarão com você por anos. É nesse “fim de mundo” (sim, sei que você chama a cidade assim quando não tem ninguém por perto) que você viverá a maior parte das boas lembranças da sua vida. E também a maior parte das dolorosas. Logo, você não dará mais falta para o McDonald’s, apesar de sempre sentir saudade do cinema. Será aí, com essa mesma idade que você tem, que lerá seu primeiro livro com mais de cem páginas e sem nenhuma ilustração: Percy Jackson. E você vai se apaixonar. A falta de um cinema também vai te fazer perceber uma paixão que, até então, ainda não havia reparado: os filmes. Caçar filmes na internet logo virará um de seus passatempos favoritos. Às vezes, passará tempos se perguntando “qual filme será meu favorito quando eu for mais velho?”, imaginando a resposta como um daqueles clássicos da época da mamãe e sendo um cara super “cult”. Perdão decepcionar, mas meu filme favorito hoje é o mesmo que o seu: Shrek, o primeiro, sendo mais preciso. Enfim, meu Eu de 2013, pode se tranquilizar. Essa mudança para essa pequena cidade será incrível para você.
Para o meu Eu de 2014: você ganhou uma irmã! Por tanto tempo, imaginou que seria só você e o Tiby que, quando soube que a mamãe estava grávida, ficou tão feliz que as palavras não podem ser escritas aqui. No dia 17 de julho, sua irmãzinha nasceu. Bem vinda ao mundo, Yasmin. Sei que, com certa frequência, você vai ao quarto dela e a fica observando, dormindo em seu berço. Quando não está dormindo, está chorando. Você olha aquela bebê, tão pequenina, com certa curiosidade – por que era tão pequena? Por que apenas chorava? O que passava em sua cabeça? Ela sequer sabia seu nome?
Seus pais te perguntam às vezes se você tem ciúmes da Yasmin, mas a resposta é sempre não. É uma resposta verdadeira. Você não sente ciúmes. Isso porque sempre que olha para aquele berço, aquela bebêzinha dormindo, tudo que consegue ver é uma fragilidade mais delicada que o mais refinado dos vidros. Não tinha como sentir ciúmes. Enquanto observa sua nova irmãzinha dormindo, pensa no Tiby e se pergunta se, quando você era criança, ele também te olhava dormindo e enxergava alguém tão indefeso e frágil. Um dia, sua curiosidade o venceu e, enquanto a Yasmin dormia, você decidiu tentar acordá-la. Maldade sua, talvez, mas os diversos pensamentos e dúvidas na sua cabeça fizeram você tomar essa decisão.
Com seu dedo indicador, você tentou cutucar a perna dela. Não acordou. Tocou na bochecha dela. Não acordou. Pensou em fazer cócegas na sua barriga, mas teve medo de machucá-la e desistiu. Então foi cutucar a mão dela e, assim, teve uma surpresa: a mão, que estava fechada em um punho, abriu. Você levou seu dedo à palma daquela pequena e frágil mão, que de imediato fechou, agarrando-o, o que te deu um leve susto. Você olhou, então, para o rosto da Yasmin e a viu acordada. Você a acordou. Mas ela não acordou chorando. Apenas acordou, agarrou seu dedo e ficou te olhando. Vocês se olharam por alguns segundos. De repente, a bebezinha que só chorava, não estava chorando. Estava apenas te olhando. E, após alguns segundos, ela sorriu para você e riu. Nessa hora, você não soube explicar porquê exatamente, mas quem chorou foi você. Você chorou, mas sem deixar de sorrir de volta para aquela bebezinha que te olhava sorridente, mesmo tendo sido acordada de seu sono.
Você, meu Eu de 2014, não sabe porque chorou nesse dia. Eu sei. Você chorou porque foi naquele momento, com aquele sorriso, que você enfim percebeu que daria seu coração, alma e vida para que aquela bebezinha pudesse ser feliz.
Meu querido Eu de 2016, você se tornou forte. No ano anterior, teve que mudar de colégio, indo para um de doutrina evangélica. Seus pais não eram evangélicos, mas devido a alguns problemas financeiros, essa foi a melhor escolha que puderam fazer. Contudo, esse novo colégio, em que todos, menos você, eram evangélicos, não foi fácil para você. Isso porque ser um árabe de familiares muçulmanos não era bem visto pelos outros alunos. E verdade seja dita: nem pelos professores, coordenadores e diretores. Dois mil e quinze foi difícil porque, pela primeira vez em sua vida, você sofreu bullying. Um bullying pesado, pautado principalmente na xenofobia e intolerância religiosa. Você não esqueceu e, se me permite dizer, nunca irá conseguir esquecer da vez que te chamaram de “terrorista júnior” e você, na época ainda novo, sem sequer saber o que era “terrorista”, teve que pesquisar, se chocando com o que viu. Você percebeu que reclamar para as autoridades na escola não funcionava, pelo contrário, tinha vezes que a resposta era tão ruim quanto o bullying que sofria. Mas também não queria contar a seus pais, afinal, já estava tudo tão difícil para eles. E assim, decidiu que tentaria superar isso sozinho. Meu querido Eu de 2016, eu te parabenizo, você conseguiu. Mas, de forma alguma, se sentiu bem ou feliz nesse colégio. Talvez esse seja, até então, o ano mais difícil de sua vida. Você aprendeu a se defender dos xingamentos, mas não aprendeu a se proteger dos impactos deles.
Você começa a se achar insuficiente. A se achar fraco. Por vezes, chega a até mesmo desejar que sua família não possuísse origens árabes, pois pensa que assim tudo seria mais fácil. Você retrucava os xingamentos, porém chegar em casa todo dia após ouvir diversos comentários como “filhote de terrorista”, “homem bomba” ou até mesmo “sangue de assassino” não era fácil. E acordar no dia seguinte para ir à aula era um sacrifício sem igual. A primeira coisa que pensava ao acordar era sempre “qual será o novo apelido de hoje?” e isso nunca foi bom para você. Apesar disso tudo, meu querido Eu de 2016, você foi forte. Você conseguiu lidar com tudo. Você conseguiu, apesar das sequelas, se impôr em um colégio em que todos apenas te criticavam. Tudo isso com apenas 11,12 anos. Tenho orgulho de você, meu querido Eu de 2016. Peço, então, para que você possa, enfim, descansar, pois 2017 chegará, com pessoas e situações novas.
Devo dizer que estava ansioso para chegar na sua vez, meu Eu de 2019. Que ano foi para você, não? Tenho muito para falar em relação a ti. Você voltou para sua antiga escola, a primeira em que estudou ao se mudar para o interior em 2013. Voltou a estudar com seus amigos. E as memórias que vai criar com eles vão te acompanhar por muito tempo, mesmo que para você ainda pareçam coisas triviais do dia a dia. Vocês não eram santos e, sendo honesto, eu hoje agradeço muito por isso. As trapalhadas de vocês são aquilo que mais sinto falta. Meu Eu de 2019, por acaso lembra daquele dia em que você pegou três tachinhas do armário da escola escondido e colocou na cadeira de um de seus amigos? Você com certeza lembra, pois riu muito da reação dele – e depois se ferrou quando não viu que ele devolveu colocando cinco na sua cadeira e você se sentou em cima. Para você, foi uma situação tão trivial. Só mais uma de suas várias brincadeiras rotineiras. Saiba que são dessas situações, são dessas brincadeiras, de que você mais sentirá saudade. Nesse ano, você se formou também. Saiu do Fundamental para ir pro Ensino Médio. Você estava tão bonito na formatura. E ela foi tão divertida. Infelizmente, apesar de tanto tentar, não conseguiu ser o orador da turma, o que gerou uma certa mágoa. Mas vai passar. Você vai perceber que, apesar de saber que seria importante, não será uma grande perda na sua vida. E não há como deixar de falar: você, com seus 14,15 anos, indo para o Ensino Médio e lá estava o Tiby, seu irmão mais velho peludo e rabugento. Ele viu duas formaturas suas e continuava de pé. A Yasmin já estava com 5 anos e, às vezes, você pensava que um dia dormiu demais e quando acordou, ela já estava daquele tamanho. Seus pais estavam lá. Enquanto pegava seu diploma, olhou para eles e se perguntou se estava conseguindo trazer orgulho a eles. Teve sua resposta no sorriso e no olhar de admiração deles.
Mas eu sei que não é sobre nada disso que você mais quer falar. Afinal, o que marcou 2019 para você não foi nada disso, mas sim sua primeira paixão. A primeira vez que se apaixonou. Tão novo. Como alguém mais experiente, tenho a liberdade de te dizer que ainda não estava pronto para algo tão forte como se apaixonar por alguém. E ela também não estava. Vocês eram melhores amigos, mas um dia, resolveu falar para ela que você a via como algo além disso. Infelizmente, não era recíproco. Você se odiou. Se culpou por ter acabado uma amizade. Passou meses se perguntando o que você tinha de errado. Você chorou e sofreu muito. Uma parte de você tentava te acalmar dizendo que era “só uma paixonite adolescente”. Não era. Foi uma paixão verdadeira. Uma paixão que floresceu muito cedo e que te machucou muito. Sei que está doendo. Sei que, antes de dormir, só consegue pensar no rosto dela e sentir falta dos momentos com ela. Sei que todo dia, quando vai para a escola e a vê, sem nem sequer poder ir falar com ela, você sente o mundo desmoronando em cima de seu peito. Mas, por mais que não acredite, essa dor vai passar. Você vai superar. Os dois irão seguir em frente. Seus caminhos ainda se encontrarão algumas vezes, mas nunca por muito tempo, pois logo cada irá para seu próprio canto. Ela com a vida dela, você com a sua. Às vezes, lembrará dela, mas não serão nada mais que memórias nostálgicas com uma certa pitada de dores passadas que já não machucam mais. Tudo vai ficar bem. Você ficará bem, meu Eu de 2019. E, logo, as boas memórias serão as primeiras coisas a virem em sua cabeça ao lembrar desse ano.
Meu Eu de 2020. Está tudo muito difícil para você. Uma pandemia que te trancou em casa. O tédio que te atormenta a cada dia. E uma dor que você jamais poderá esquecer. Em uma noite de novembro, subitamente, o Tiby já não estava mais ao seu lado. A notícia foi um choque para você. Um choque gigante. Você, sem falar nada, apenas sentiu a primeira lágrima caindo, ainda sem acreditar. Mas, no cair da segunda lágrima, você percebeu ser uma verdade e foi quando tudo que pôde fazer foi chorar. Tiby era como um irmão mais velho. Ele viu você e a Yasmin nascerem. Era o único que te ouvia reclamar quando se mudou para o interior. O Tiby viu você crescer e amadurecer. Do berço para o maternal. Do maternal para o Fundamental. Do Fundamental para o Ensino Médio. Ele conheceu sua primeira paixão e decepção amorosa. Esteve lá quando a pandemia começou e, por vezes, tornou-se seu companheiro nas aulas online e no tédio que seguia cada dia.
A verdade, meu Eu de 2020, é que quando você olhava para trás, sua vida toda, o Tiby estava lá. Desde antes mesmo de seu nascimento. Foram 16 anos acordando e dando “bom dia" para o Tiby, sempre deitado em seu canto. Mas, subitamente, ele já não estava mais lá. Subitamente, você soube que ao acordar, ele não estaria mais deitado em seu canto esperando o seu “bom dia”. Foi um irmão mais velho peludo, que ao invés de falar, latia e que era um tanto quanto rabugento. Mas um irmão mais velho que sempre esteve lá. Ver o Tiby partir era uma possibilidade que nunca, de fato, havia passado em sua cabeça seriamente, afinal, você não sabia como seria viver sem ele.
No dia que o Tiby partiu, não apenas você, meu Eu de 2020, que chorou. Todos os meus Eus passados choraram. Foi uma dor tão forte. Nenhum deles havia sentido uma dor tão forte. E, devo dizer, que essa continuará sendo por muito tempo a dor mais forte que sofreu. Mesmo eu, de hoje, ainda não conheci dor maior. Porém, eu posso dar algumas palavras de consolo para você, meu querido Eu de 2020. Apesar de ser um buraco que nunca será tapado, uma saudade que nunca será superada, uma ferida que sempre que for lembrada ou cutucada irá arder, tudo ficará bem. O Tiby continuará para sempre contigo, porém em seu coração. Em suas memórias. Às vezes, recordar te fará chorar. Outras vezes, te fará rir. E algumas vezes, te fará chorar e rir. Esse amor por nosso eterno irmãozinho mais velho nunca irá passar e, acredite, mesmo sendo um cachorro, em nossos corações, ele enfim aprendeu a ler. Você frequentemente irá sonhar com ele lendo uma historinha do Cascão e do Cebolinha para você, assim como costumava ler para ele. Mesmo sendo um cachorro, em nossos corações, ele está orgulhoso de nossa jornada. E, mesmo sendo um cachorro, em nossos corações, quando a saudade bate forte, ele está lá para dizer que vai ficar tudo bem.
A verdade é que o Tiby nunca foi só um cachorro, ele foi um companheiro, um irmão que mesmo sem dizer uma palavra, estava lá. Estava lá na alegria e na tristeza. Na insegurança e na confiança. No crescimento e no amadurecimento. E hoje, mesmo não estando mais fisicamente entre nós, segue estando conosco e nunca irá nos abandonar.
Já meu Eu de 2022, parabéns! Você passou pelo Ensino Médio, prestou vestibular e passou. Todos os Eus passados admiram sua jornada até então. Sei que está ansioso para a faculdade. Irá, depois de anos, voltar a morar em São Paulo. Mas, dessa vez, sem sua mãe. Sem seu pai. Sem a Yasmin, que de repente está com quase 10 anos de idade. Como passou rápido o tempo. Você lembra tão vivamente daquele sorriso que ela esboçou após ser acordada que parece não ter mais de alguns meses. Mas ela já está com quase 10 anos de idade. E você está começando a perceber que não estava preparado para vê-la crescer e virar uma mocinha. Há tão pouco tempo, ela falava de Peppa Pig e Mundo Bita, e agora fala de Olivia Rodrigo, Taylor Swift e Dua Lipa. Sei que você tem medo de, depois que se mudar para São Paulo, não conseguir acompanhar o crescimento dela, afinal, já tem sido tão rápido. Você tem medo também da faculdade – se pergunta todo dia o que vai fazer caso dê tudo errado.
Meu querido Eu de 2022, vai dar tudo certo!
Em 2022, você conheceu pessoas maravilhosas. Fez amizades que quer levar pra vida e que já é muito grato. Você ama essas amizades e elas estarão ao seu lado em São Paulo. Seus pais estarão longe na maior parte do tempo, mas não precisa ter medo, vai se surpreender com o quão bem irá conseguir se virar sozinho. Sua irmã não irá te esquecer, pelo contrário, sempre que puder irá querer falar contigo. Você não irá perder o crescimento dela. Na faculdade, as coisas serão difíceis. Vão haver dias que você irá pensar: “e se eu trancar e ir vender arte na praia?”. Mas você vai conseguir lidar. Você vai ter oportunidades únicas na sua vida, que te ajudarão muito a crescer como pessoa. E, claro, você fará ótimas amizades lá dentro, as quais eu poderia citar nomes, mas esse spoiler eu não irei te dar. Então, meu querido Eu de 2022, se acalme. Sua vida está apenas começando.
Para todos os meus Eus passados, uma mensagem final: obrigado. Amo cada um de vocês e apenas sou quem sou hoje graças a trajetória de vocês. Obrigado a cada um, pelas felicidades e pelas dores. Serei eternamente grato a vocês, meus Eus passados.
E para meus Eus futuros, apenas digo: estou ansioso para os conhecer.
Assinado, com amor,
Meu Eu presente.
Autoria: Rauhã Capitão
Revisão: Artur Santili e Gabriela Veit
Arte: Rafaela Carderone
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