AUSÊNCIA
- Elis Suzuki
- 5 de out.
- 1 min de leitura

Um vazio no peito me invade
Sinto como se parte de mim faltasse
Nunca lidei bem com a distância
O silêncio é ensurdecedor
Hoje acordei com uma casa vazia
Não se ouvia passos, portas, nem palavras
Parecia que meus ouvidos me pregavam peças
Algum dia já pedi pra que tudo parasse
Nunca me arrependi tanto de desejar algo
Anseio pelo barulho, pelo movimento
Quero ouvir risadas e choros
Quero alguém para dividir minhas maluquices
Quero alguém pra me dizer que tudo ficará bem
Quero até alguém para me dar broncas e brigar
Mas não é qualquer alguém que serve
São todos os alguéns que me compõe
Ou melhor: os alguém que um dia fizeram parte de mim
Hoje se encontram longe do meu olhar e do meu toque
Perder alguém nunca é fácil
Qualquer que seja o motivo
Pra morte, pro mundo, pro mar, ou pro tempo
Sempre vai doer
Uma sensação comum me invade
Quase como se completasse o vazio que sinto
Sempre me pego chorando
É uma melodia familiar
O choro alivia a dor
Dizem que faz bem chorar
Mas não sei se aguento mais
Um mar de lágrimas se formam em meus pés
Por isso escrevo
Escrevo para não mais chorar
Porque as lágrimas destroem o papel
Porque só de lágrimas, também me destruo
Autoria: Elis Montenegro Suzuki
Revisão: Artur Santilli e Pedro Anelli
Imagem de capa: Pinterest
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