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AUSÊNCIA

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Um vazio no peito me invade

Sinto como se parte de mim faltasse

Nunca lidei bem com a distância

O silêncio é ensurdecedor


Hoje acordei com uma casa vazia

Não se ouvia passos, portas, nem palavras

Parecia que meus ouvidos me pregavam peças


Algum dia já pedi pra que tudo parasse

Nunca me arrependi tanto de desejar algo

Anseio pelo barulho, pelo movimento

Quero ouvir risadas e choros


Quero alguém para dividir minhas maluquices

Quero alguém pra me dizer que tudo ficará bem

Quero até alguém para me dar broncas e brigar

Mas não é qualquer alguém que serve


São todos os alguéns que me compõe

Ou melhor: os alguém que um dia fizeram parte de mim

Hoje se encontram longe do meu olhar e do meu toque


Perder alguém nunca é fácil

Qualquer que seja o motivo

Pra morte, pro mundo, pro mar, ou pro tempo

Sempre vai doer


Uma sensação comum me invade

Quase como se completasse o vazio que sinto

Sempre me pego chorando

É uma melodia familiar


O choro alivia a dor

Dizem que faz bem chorar

Mas não sei se aguento mais

Um mar de lágrimas se formam em meus pés


Por isso escrevo

Escrevo para não mais chorar

Porque as lágrimas destroem o papel

Porque só de lágrimas, também me destruo


Autoria: Elis Montenegro Suzuki

Revisão: Artur Santilli e Pedro Anelli

Imagem de capa: Pinterest

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