Procuro
E não me acho;
É que procuro em lugares errados
Preciso
De um encaixe,
Eu só quero que alguém me ache.
Em tudo que desconheço,
Me reconheço,
Eu já não me conheço.
Porto,
Só queria um seguro,
Mas sempre me faço naufrágio.
Morto,
Só queria sair do escuro,
Mas sempre me apago.
Embarcações,
Só queria embarcar em emoções,
Mas as faço como âncoras.
Não ando com bote salva-vidas,
Espero que alguém me resgate.
Ilusão doce,
Em um mundo salgado,
Banhado por desamparo.
Tem muito em volta, mas em nada eu me instauro.
É isso que sobra quando me falta amparo.
Autoria: Ana Cristina R. Henrique
Revisão: Gabriela Veit, Anna Cecília Serrano
Imagem de capa: foto própria da autora
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