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DOCE-TRISTE LAR


Do lar onde cresci, tenra saudade sinto;

Lá, o céu se funde ao mar e das ondas ecoa o silêncio;

Deitada na penumbra das palmeiras,

acabei me esquecendo 

Das lágrimas derramadas, 

que molharam a areia e quebraram na orla.


Do lar onde nasci, despedi-me às pressas;

As manchas da minha parede não são

não são tão belas quanto eram lá;

Os cobertores não esquentam tanto

tanto quanto esquentavam lá. 


Meu andar em blues e meu cantar em prantos 

mal se comparam…

Mal se comparam ao sofrer em jazz

ou ao brigar em poesia 

Únicos e característicos 

Do meu doído e esquecido

Doce-triste lar.


Autoria: Rafael Diz Motooka da Cunha Castro

Revisão: André Rhinow

Capa: Foto tirada pelo autor

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