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EDITORIAL - ELEIÇÕES DA 2019

O que está acontecendo nas eleições desse D.A.? A Gazeta escreveu um editorial para explicar toda essa bagunça...

A Gazeta Vargas vem por meio deste editorial se posicionar sobre as eleições para próxima gestão do Diretório Acadêmico Getulio Vargas (2019.2-2020.1). No entanto, a revista estudantil deve antes cumprir sua função de informar o alunato e a comunidade geveniana de como tem se dado este processo eleitoral. Seguem então algumas informações que julgamos importantes de serem pontuadas - se não para formar a opinião dos alunos no tempo presente, para registrar estes acontecimentos para a posterioridade. Quem sabe no futuro não voltemos a ler este editorial para perceber o quanto se construiu e se desenvolveu em cima desta situação adversa.


Depois de um período de eleições de chapas únicas, algo que não hesitamos em questionar e criticar, este ano começou com 5 possíveis chapas candidatas à próxima gestão do DA. Talvez este parágrafo seja o último com aspectos positivos para elogiar as eleições, então vamos nos deter um pouco nisso e frisar a importância deste exercício político. As eleições presidenciais de 2018 parecem haver encorajado os alunos da Fundação a se apropriar da luta pelas suas ambições e se organizar em grupo para atingir esses objetivos.


Surgem 5 chapas, em ordem alfabética: Chapa Burocracia, Chapa Chama, Chapa D’aço, Chapa Inovar e Chapa Verso. A Chapa Burocracia e a Chapa D’aço são sátiras e são bem recebidas na gêvê. A primeira ironiza os processos ineficientes da Fundação, mas não sabemos muito mais do que isso, pois não tivemos paciência para preencher o Formulário de Solicitação de Carta Proposta para Agentes da Mídia. A Chapa D’aço ironiza todos de serem movidos por desejo sexual e apresenta principalmente piadas internas de alunos de Economia. Entre as chapas que realmente desejam concorrer à gestão (aquelas que fizeram carta proposta), estão a Chama e a Verso, ambas com muitos membros da atual gestão, e a Inovar, uma chapa de outsiders (um transplante do discurso de nova política no microcosmo geveniano) que parece sátira, mas não é.


Durante o período de campanha eleitoral, a Chama realizou um sorteio de ingressos do Lollapalooza e, por causa de denúncias, teve sua página do Facebook tirada do ar temporariamente. Em espírito de fair play, as outras chapas interromperam durante esse período suas postagens na rede social.

Chegando ao dia de entrega de carta proposta, assim como os outros documentos necessários e exigidos pelo regimento (Ex: atestado de matrícula dos candidatos a diretorias), as coisas mudam. A Burocracia e a D’aço, sendo apenas grupos satíricos, não entregaram carta proposta - curiosamente, estariam na situação atual com altas chances de vencer. A Verso entregou carta proposta atrasada, mas foi decidido em conjunto com as outras chapas que ela não seria desclassificada por isso. Ao verificar-se a carta proposta da Inovar (que é, diga-se de passagem, simplista e pouco formal), encontrou-se inconsistência entre as informações de alguns candidatos a diretorias, inclusive cargos estatutários, na carta e os outros documentos. A Inovar alegou que os cargos eram temporários e uma vez eleitos fariam eleições para cada cargo. (Recomendamos a todos que leiam as cartas propostas das chapas, disponíveis na página do Diretório Acadêmico no Facebook).


Ainda antes da data prevista para as eleições, a Verso é denunciada por uso do Canva do DA durante sua campanha. Sua defesa é de que havia sido um uso mínimo e inocente, sem intenção de tirar vantagem das outras chapas. No entanto, isso é caracterizado como Uso de Recursos do DA e a Comissão Eleitoral decide pela impugnação da chapa. Em seguida, a Chama é denunciada por plágio de carta proposta de uma chapa (CHAVE) de 2015. Em algumas seções, chegou-se a identificar de 40 a 90% de similaridade no texto. Agendou-se uma nova reunião da Comissão Eleitoral para discutir a impugnação da Chama por violar o código de conduta.


No entanto, esclarece-se que Comissão Eleitoral não tem a autoridade de impugnar chapas, apenas de recomendar a impugnação para que a Câmara Discente decida fazê-la ou não. Consta explicitar que a Comissão Eleitoral é composta por alguém da atual diretoria, um representante de cada chapa concorrente e 3 alunos externos à atual gestão e às chapas, em que um desses 3 é definido Presidente da Comissão Eleitoral pela Câmara Discente. Já a Câmara é um órgão administrativo, deliberativo e consultivo do DAGV, formado por representantes de sala, representantes na Comissão de Graduação, representante no Conselho de Gestão Acadêmica, representante na Congregação e representantes de Departamentos de Ensino e Pesquisa. Assim, a Comissão voltou atrás com a impugnação da Verso e recomendou impugnação das 3 chapas: Verso (por uso de recurso do DA), Chama (por plágio) e Inovar (por não apresentar candidatos regularmente a cargos estatutários). Se isso se concretizar, serão chamadas novas eleições em setembro.

A Comissão Eleitoral publicou em via a página do DA uma nota de esclarecimento sobre as impugnações: um texto de 2340 palavras em linguagem pseudo-legal. O texto, apesar de informativo, faz uma aplicação não tão precisa de termos jurídicos e ainda peca em ser quase incompreensível para leigos e pouco ou nada comunicativo, sucinto e claro - gerando ainda mais incômodo no alunato.


Seu conteúdo indica que as 3 chapas foram momentaneamente penalizadas, tanto em questão de campanha como em suspensão de voto na Comissão Eleitoral. Explicita-se na nota que as infrações da Inovar e da Chama são avaliadas como de má-fé. Um exemplo é o cargo de Vice-Presidente de Economia da Inovar, para o qual uma aluna foi indicada para tal cargo por meio de coação e pouco esclarecimento do processo eleitoral (foi-lhe dito que entregasse os documentos provisoriamente e que mais tarde outra pessoa assumiria seu cargo, ao passo que o aluno cujo nome era citado na carta proposta também não seria essa outra pessoa pois também não teria interesse no cargo a longo prazo). No caso da Chama, a má-fé viria da desonestidade com a comunidade geveniana, seus possíveis eleitores, e desonestidade intelectual, mesmo que tivesse o aval de ex-membros da Chave para copiar a carta-proposta.


Tendo em vista o complexo emaranhado de atitudes anti-éticas das chapas candidatas à próxima gestão do DA, a Gazeta Vargas se posiciona de maneira crítica neste processo eleitoral. O exercício político é importante e delicado, razão pela qual exige seriedade e respeito. A Fundação merece uma organização estudantil organizada, comprometida e responsável com os alunos - e esperamos não ter que aguardar até a gestão de 2020.2-2021.1 para ver esses valores na prática.


Por último, convidamos todos os alunos da FGV a utilizar a Gazeta Vargas como meio de expressar-se em relação a estas eleições, seja nos comentários, em mensagens anônimas ou por meio de artigos para o Espaço Aberto. Este é também um portal para explicitar demandas para a próxima gestão do DA - independentemente de quem a assuma.


Sintam-se convidados também a corrigir, criticar ou complementar esta tentativa de narrar os acontecimentos de 2019. A história da Fundação é uma construção coletiva, e seu registro não tem razão para ser diferente.


OBS: Alunos do novo curso de Relações Internacionais não são representados pelo DA - não podem votar nem se eleger. Estão no processo de decidir se criarão um centro acadêmico próprio ou serão “adotados” pelo DA. Enquanto isso, tem sido convidados tanto pela gestão atual como pelas chapas para conhecer a dinâmica de um diretório.

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