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EI, GV, CHAMAMOS O MEIRELLES!


A nossa redatora Carol Zweig esteve presente no evento que recebeu Henrique Meirelles na querida Fundação. Chamamos, ele veio. E agora? O que ele nos disse?



No dia 11 de março, ocorreu na Fundação mais uma edição do Economia em Foco. O evento, que contou com a presença e fala do Henrique Meirelles, foi organizado pelo DAGV em parceria com o FGV Finance e a Consultoria Júnior de Economia. O Secretário da Fazenda do estado de São Paulo, ex-Ministro da Fazenda e candidato à presidência da República em 2018, apresentou sua visão do Brasil e discutiu a possível solução da crise fiscal brasileira. Além disso, Meirelles fez uma reflexão sobre sua própria trajetória acadêmica e profissional para levantar assuntos relevantes aos alunos da GV, como área de atuação, mercado de trabalho, setor privado e público.

Sua fala se iniciou apresentando um panorama da recessão na qual o país estava entre 2014 e 2016, com razões nos gastos do governo sendo superiores a arrecadação. Como ministro da fazenda durante o governo Temer (2016 até 2018), sua proposta era a de implementar um teto de gastos, que teve efeito significante em gerar confiança do mercado – aumentando o crescimento econômico e diminuindo a inflação.

A sua maior crítica foi à ineficiência derivada da burocracia no país, e sugere uma “Revolução da Produtividade” para reverter esse processo. Uma maior eficiência diminuiria a vulnerabilidade do país às circunstâncias externas. Meirelles acredita que, se forem aprovadas as reformas necessárias, pode-se aumentar as taxas de crescimento econômico para o Brasil no período atual. Nesse sentido, menciona a Tributária e a Trabalhista, mas deu maior ênfase na reforma da Previdência.

Sobre esta última, Meirelles aponta que a mudança na BPC (Benefício de Prestação Continuada) é a menos provável de passar pelo congresso e que o ajuste de idade mínima também será difícil, mas possível sujeito à esclarecimento. O Secretário da Fazenda levanta não apenas a questão orçamentária, mas também a questão de justiça social da reforma da previdência: “Os 25% mais pobres não conseguem contribuir 35 anos com carteira assinada e precisam se aposentar com 65 anos.”

Ao contar da sua trajetória profissional, Meirelles diz haver priorizado fazer aquilo que o fazia sentir-se melhor. E foi assim que iniciou seu trabalho no Bank of Boston, onde mais tarde foi o primeiro CEO estrangeiro em um banco americano: mesmo que naquele momento o salário apresentado não fosse o maior entre as ofertas de trabalho que recebeu, era onde se sentia bem e tinha muitas expectativas de aprendizado e oportunidade de crescer. “Tem que escolher algo que goste de fazer, saiba fazer e faça bem. E trabalhar”, reforçou.

Ainda sobre sua experiência pessoal, falar sobre sua experiência com o ambiente de trabalho no setor privado, público e terceiro setor fez parte da sua contribuição para o alunato GVniano – seja do curso de Economia, Administração de Empresas, Administração Pública, Direito ou Relações Internacionais. No privado, a motivação viria da possibilidade de crescer e das recompensas financeiras. Já no público, onde a remuneração não é tão sensível ao esforço individual, é a responsabilidade pelo país e capacidade de influenciar tantas pessoas que torna o trabalho gratificante. No terceiro setor, o impacto na vida alheia pode ser ainda mais profundo, mesmo tendo menor abrangência.


Em um período de tanta angústia e expectativa a respeito do mandato que se inicia, a conversa com uma figura tão relevante em sua área de atuação não apenas agrega, mas também inspira alunos universitários ao apresentar lições biográficas junto de uma das visões de país que competiram no último pleito presidencial. A visita de Meirelles à GV foi não só uma experiência única de aprendizado como uma importante adição no âmbito da discussão de projetos de nação.

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