No Espaço Aberto de hoje, a Gazeta Vargas traz um poema de Gabriel Carneiro Almeida. Encante-se com "Em Busca da Fada".
Contemplava eu a lagoa
Sob a luz do luar
E sentia-me vazio:
Tinha vontade de amar
Lembrei-me dela,
Menina de lábios aveludados,
Pele macia como pluma
E voz doce como fado
Os momentos com ela
Trazem-me a nostalgia
De quando a vida era bela
E o mundo a mim sorria
Meus pensamentos acham-se imersos
Nas vezes em que estivemos apaixonados
Sob o som dos pássaros dispersos,
Felizes a entoar seus cantos aflautados
Delicada como a flor amarela
Que floresce no topo da colina,
Não há mais formosa donzela
Que aquela moça tão fina
É ela a singular dama
Que, com sua rósea beleza,
Inflama a faminta chama
Sem perder uma fração da pureza
Quando olhava nos olhos dela,
Hipnotizava-me na imensidão azul
Própria da verdadeira Cinderela
Única, como as estrelas do Sul
Muito me faz falta aquela jovem,
Ninfa de apurada inteligência,
E de quem, hoje, restam-me apenas memórias,
Cada vez mais intensas pela ausência
Não poderia eu expressar em versos
A magnitude das infinitas mágoas
Que surgem nestes tempos adversos
E que, em mim, soam como trovoadas
Chorei, choro, e sempre chorarei
Por todos os dias em que estiver distante,
Mas não exitarei em encontrá-la,
Sem me importar com o destino errante
Como qualquer homem apaixonado,
Resta-me sair em busca da amada:
Uma jornada do coração
Para reconquistar a minha fada
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