Cartas de amor para a minha querida
Trazem lembranças da nossa colina;
Onde o Cercis veio a ser guilhotina;
Onde a manhã resplandece ferida.
Nelas, carrego comigo as cantigas
Sobre uma luz que se vai na surdina;
Sobre uma porta que trava na quina;
Sobre uma farsa que só me castiga.
Cabe a teu verso salvar meu desejo
De uma paixão que desliza na fina;
Fina camada de pó, logo esqueço.
Calo meu brado, que já desatina
Faço poemas do fim ao começo;
Vida imperfeita. Amada colina.
Autoria: Rafael Diz Motooka
Revisão: Anna Cecília e Beatriz Nassar
Imagem de Capa: Woman on Hill, de Thiago Matos
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