Vamos falar sobre a Gioconda? A última edição da festa realizou uma iniciativa de extrema importância! O texto de hoje é em anonimato!
A Gioconda é, sem dúvidas, uma das festas universitárias mais tradicionais do micro-cosmos dos estudantes das instituições de ensino superior de elite na cidade de São Paulo. Embora muitos tenham criticado veemente várias das escolhas tomadas para a Edição LX, não há como negar: a festa é um sucesso.
Com a escalada meteórica dos MC’s de funk, é bizarro pensar que na minha primeira Gioconda, lá no primeiro semestre de 2017, tocou pagode. Dá pra imaginar? O perfil das atrações mudou, mas uma coisa que permanece é o line-up predominantemente masculino.
Retornei para as últimas seis edições da festa com a missão de analisar apenas uma coisa: quem foram as atrações anunciadas. Contrariando as expectativas que se têm sobre alunos de Direito, fiz as contas e cheguei em um total de exatas setenta atrações, sendo apenas quatorze mulheres. Em nenhuma das Giocondas houve uma mulher headliner e teve edição que contou apenas com uma mulher dentre as atrações.
Embora a última edição tenha contado apenas com duas mulheres em seu line-up, outro passo em direção à inclusão além do padrão visto nas edições passadas foi a presença da dragqueen Amy K. Fairy e do artista IARNO, que brinca com as concepções de gênero em sua performance.
A inclusão de artistas que fogem do padrão homem e hétero também é importante. As pessoas querem se ver naquele palco, e isso é impossível com as escolhas recorrentemente feitas na escalação dos artistas. Além disso, àqueles que fogem do padrão imposto são colocadas diversas barreiras.
A iniciativa tomada pelo DAGV nessa última Gioconda deve não só ser mantida, como ampliada não apenas para a inclusão de mais performers LGBT+, como também para uma presença maior DAS artistas. Dar oportunidade aos artistas de apresentarem aquilo que amam fazer é uma das funções que festas têm. O que eles fazem também é arte, e esta deve ser celebrada.