O QUE ESTÁ EM JOGO NO FUTURO DA CASA1: ENTREVISTA COM ANGELO CASTRO
- Redação Gazeta Vargas e Coletivo Delta
- há 6 dias
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Atualizado: há 6 dias

A Casa 1 nasceu em 2017, no bairro da Bela Vista, como resposta a um cenário alarmante: as constantes violências e o abandono vivenciado por pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ em São Paulo. A ideia era, portanto, fornecer um espaço de acolhimento e uma rede de apoio capaz de suprir as diversas demandas trazidas por essa população. Desde então, o projeto se estruturou em três frentes que se complementam: a república de acolhida, que oferece moradia temporária a pessoas em situação de vulnerabilidade; o centro cultural, que promove oficinas, cursos e atividades abertas à comunidade; e a clínica social, que garante atendimento psicológico acessível.

Sustentar esse ecossistema – cuja demanda cresce ano após ano – nunca foi simples ou fácil. Atualmente, a Casa 1 depende majoritariamente de doações de pessoas físicas e se encontra em um momento crítico em relação ao seu aporte financeiro, com recursos financeiros insuficientes para o seu funcionamento a médio e longo prazo. O dinheiro arrecadado hoje sustenta os espaços físicos, o pagamento de funcionários e a organização de eventos dos mais diversos tipos para a comunidade, que custam cerca de R$250.000 por mês. São gastos que incluem salários, impostos, contas, aluguel e materiais para a realização de atividades.
É por esse motivo que aproximar novas comunidades é fundamental. Seja por meio de doações recorrentes, voluntariado, doação de roupas e itens essenciais, ou até parcerias institucionais, há várias formas pelas quais a comunidade da FGV e da Bela Vista podem contribuir para que esse trabalho continue existindo.

Tendo isso em mente, a Gazeta Vargas e o Coletivo Delta visitaram a Casa 1 e tiveram a oportunidade de entrevista Angelo Castro, diretor executivo da Casa, acerca dessa trajetória, os desafios e as formas pelas quais cada pessoa pode apoiar a continuidade dessa rede de cuidado, que é crucial para a promoção da qualidade de vida de tantas pessoas.
A ideia de construir a Casa 1 surgiu a partir de um post no Facebook de seu fundador, Iran Giusti, oferecendo um espaço vago no sofá para jovens LGBTQIAPN+ sem casa, ao que recebeu dezenas de pedidos de acolhimento em poucas horas. Como esse impulso espontâneo se transformou em uma instituição com estrutura tão ampla? Qual era a motivação principal por trás da ideia inicial?
Eu acho que foi justamente essa demanda, assim. Até onde eu sei, existia um distanciamento do Iran com essa pauta especificamente. Ele trabalhava com jornalismo justamente da comunidade LGBT, mas – seja por ciclo social, seja pela faixa etária – ele não tinha tanto contato justamente com essa temática da situação da Casa, especificamente. Com essa situação de vulnerabilidade.
Foi muito desse processo jornalístico mesmo, dessa pesquisa, de entender. Então, a gente sempre quando está falando da construção da Casa, cita um estudo que mapeava justamente a população em situação de rua da cidade de São Paulo. Esse estudo conseguiu mapear inclusive a população LGBT dentro dessa população, e trazia um dado de que a grande maioria dessas pessoas estavam em situação de rua. Então, teve essa iniciativa e tudo isso mostrou o quanto era necessário que houvesse algum projeto para receber essas pessoas. Inclusive, sempre que a gente faz essa fala, contando o início da Casa, a gente coloca um grande asterisco, assim, tipo, "não façam isso em casa!". A gente entende que o processo da acolhida, principalmente depois de todas as experiências que a gente tem, é muito complexo, muito delicado – tanto para a pessoa que recebe, quanto para a pessoa que é recebida. Então, precisa de profissionais preparados para a oferta desse serviço.
Acho que tudo isso foi se juntando e um olhar também de como funciona o sistema hoje. Uma pessoa que é expulsa de casa, ela vai para o sistema público de acolhida no SUAS (Sistema Único de Assistência Social) – que, em São Paulo, é discrepante de qualquer outro lugar do Brasil. Então, se a pessoa expulsa de casa vai para esse sistema, ele é – por mais que a gente defenda o SUAS, utilizamos muito dessa rede de serviços – um processo que causa muita dependência.

Se a pessoa é expulsa de casa, ela vai ligar para o 156 ou vai ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para conseguir uma pernoite. Ela consegue essa pernoite, consegue o dia de acolhida ou consegue ir até o serviço que leva ela até lá. E aí, ela entra lá, por volta das 18h/19h e consegue um jantar, uma pernoite lá, o café da manhã e tem que sair às 8h da manhã. Ela não pode passar o dia lá. Se ela não tem uma estrutura ou dinheiro, provavelmente vai entrar numa fila de algum serviço que ofereça almoço. E isso tem que ser às 10 horas da manhã. Então, 10h/11h da manhã, ela vai, almoça; 13h, sai desse processo, para garantir o pernoite; 15h, tem que estar no CRAS de novo. Obviamente, com o tempo, você consegue uma vaga fixa. Você vai também em processos que vão incentivar a busca por um trabalho, por autonomia financeira. Mas esse sistema vai te colocar para rodar dentro dele. E a ideia da Casa, da forma como a gente atua, e da forma como ela foi pensada, foi para pegar uma pessoa que está muito mais próxima dessa autonomia do que dessa dependência, e ter um intermediário desse serviço, para que ele vá acessar, sim, no sistema do SUAS, mas que vá desenvolver esse processo de autonomia nessas pessoas.
Então, acho que a Casa 1 surge muito do entendimento de que essa realidade existe e ela é muito comum. Hoje, temos esse dado de 5 a 10 pedidos de acolhida por semana que recebemos na Casa 1 e que não necessariamente tem um serviço, primeiro, próprio para a população LGBT, e segundo, que vai trabalhar justamente nesse processo de autonomia para essas pessoas.
A Casa 1 funciona em três frentes integradas: moradia de acolhida, centro cultural e clínica social. No dia a dia, como cada uma dessas frentes opera na prática?
O serviço de acolhida, especificamente, funciona no dia a dia. A gente tem uma assistente social, que faz o acompanhamento diário com o pessoal do centro de acolhida. Mais a longo prazo, dentro dessa frente interna, temos uma pessoa que é diretora dessa frente. Contamos com uma psicóloga e temos também um voluntariado, com médicos, endocrinologista. Tem uma pessoa também que faz o trabalho com gestão financeira com essas pessoas.
Na clínica social, hoje temos a mesma diretoria. Internamente, dividimos de maneira um pouco diferente do serviço público, mas a mesma diretoria do centro de acolhida também é responsável pela clínica social. A clínica oferta o serviço de saúde mental para a população, incluindo psicologia e psiquiatria feitos por voluntários. A gestão desse voluntariado, o acompanhamento das consultas e os agendamentos são feitos por uma pessoa de coordenação. Então, a equipe é um pouco mais reduzida, quando a gente fala de equipe contratada, o voluntariado possui por volta de 20 pessoas.
No centro cultural também temos uma diretoria. Embora isso tenha mudado bastante, no último semestre a gente tinha três pessoas educadoras que desenvolviam atividades aqui semanalmente. A ideia é que esse espaço também pense nas programações. Fizemos uma chamada aberta com programação. Então, tinha uma série de programações que povoavam aqui o espaço, que eram tocadas por voluntariado, mas tinha uns educadores contratados, uma pessoa de produção e uma pessoa de coordenação.
Também tem toda uma outra parte que é os bastidores, a parte administrativa e financeira. Temos também pessoas que fazem essa gestão, jurídico, parcerias e captação de recursos. Por aí, é meio assim que funciona.
Para pessoas da comunidade da FGV – sejam estudantes, professores ou funcionários – que queiram apoiar a Casa 1, quais são as formas principais e mais efetivas de fazer isso agora?
Temos um processo de recebimento de voluntariado. Ele, no geral, começa sempre com uma formação. Então, nessa formação, falamos sobre a Casa, como ela surgiu, como a gente está e como se organizam os serviços internamente. Falamos também sobre como a gente olha para a questão LGBT. O que é uma pessoa LGBT, o que é identidade de gênero, orientação sexual. Esse letramento precisa existir para as pessoas trabalharem com o público especificamente.
Temos a necessidade desse voluntariado para demandas específicas, como a clínica, onde a gente precisa que a pessoa tenha um CRP (Conselho Regional de Psicologia). Ou, por exemplo, na área jurídica, a gente não precisa, necessariamente, que a pessoa tenha uma OAB. Se ela tem um domínio, ela vai nos ajudar a entender algumas coisas, algumas demandas que a gente tem, tá tudo certo.
Tem muitas áreas para atuar como voluntário. A gente precisa de pessoas com tempo e disposição. Elas vão desde ajudar a prepararmos eventos no dia a dia até o acompanhamento das atividades culturais, organização de doações, atendimento da biblioteca. Então, tem essas áreas que precisam realmente só ter disposição. Hoje, a gente tem, agora, falando bastante do esquema do programa da Nota Fiscal Paulista, onde a gente precisa de muita gente para organizar e lançar as notinhas que a gente recebe.

Segundo reportagens recentes, a Casa 1 enfrenta uma crise financeira grave: os custos mensais para manter a casa operando seriam de cerca de R$250 mil. Quais têm sido os principais obstáculos para equilibrar receitas e despesas, especialmente num momento de escassez de apoio institucional e corporativo? Além disso, em uma visita à FGV, uma representante da Casa Neon Cunha nos relatou que houve uma série de parceiros internacionais abandonando as colaborações após a eleição do Trump nos Estados Unidos. Isso também afetou a Casa 1 de alguma forma?
Com certeza. A Casa 1, especificamente, o que eu sei – que é uma realidade diferente, por exemplo, da Casa da Neon, que a gente tem muita aproximação – sobrevive majoritariamente de sociedade civil, doações de pessoas físicas. Isso tem uma limitação por alguns motivos. O primeiro deles é que a pauta LGBT é uma pauta de costumes. Temos enfrentado e entendido que existe uma boa parte da população que tem um pensamento muito mais conservador. Então, não temos uma entrada com a sociedade civil, como teria um projeto que fala sobre auxílio para crianças com câncer. Ninguém é contra um projeto que ajuda crianças com câncer, mas em um projeto que olha para a população LGBT existe essa resistência. “Pra que isso? Não precisa. Já tem um sistema. Isso é de algum privilégio”. Uma série de entendimentos muito desencontrados sobre o que é a realidade dessa população, o que ela enfrenta e essa violência é estrutural e institucionalizada, que existe para a população LGBT. Então, quando falamos de sociedade civil, tem esse obstáculo muito grande.
Temos, por exemplo, um financiamento coletivo recorrente. A pessoa ali coloca o cartão, e todo mês é debitado automaticamente um valor que ela escolhe. E esse valor, basicamente, só decai. Mesmo fazendo muitas campanhas, o que a gente garante, mensalmente, é sempre um pouquinho menor a cada mês, o que é super entendível. Estamos numa situação, também, para a população, onde o cenário econômico, financeiro, ou político, também é muito instável. Só que é isso, a gente acaba exigindo e contando muito com esse apoio popular e desse engajamento de pessoas que acreditam no projeto.
Uma outra esfera que temos são as atuações de parcerias com o segundo setor, e aí entra justamente esse cenário internacional. A gente visualizava faz, já, pelo menos, uns dois anos, que essa pauta tinha caído – a pauta de diversidade, a pauta da comunidade LGBT, para companhias. A gente até fala assim, em 2018, mais ou menos, a grande pauta era: “Não coloquem só o arco-íris no seu logo!”. Agora, a gente fala, “Gente, cadê os arco-íris no logo?”. Ninguém mais nem isso faz. Então, essa pauta acabou se esvaziando completamente.
E aí, abrimos o ano com a eleição nos Estados Unidos, do presidente Trump especificamente. Alguns decretos impediram, no primeiro momento, inclusive, repasse de verba para determinadas pautas e, no segundo momento, um movimento que, embora a proibição em si fosse cair dali a pouco, foi seguido pelas grandes empresas de tecnologia, como Meta, Amazon e McDonald’s, que encerram as suas políticas de diversidade. Entendemos e visualizamos em junho, que era onde a gente era mais procurada, que esse movimento foi seguido por muitas empresas.
Fazemos o contato com mais ou menos 300 empresas por ano. Desde pessoas que querem perguntar e recebem o orçamento e não fecham ou desistem da proposta, até empresas que vão até o final e fazem alguma coisa. Então, a gente sempre tinha algumas ações rolando. Ano a ano, menor, mas foi muito discrepante. Acho que a gente, posso até tentar levantar esse número certinho, teve em 2024 foram, umas 15 ações; em 2025 virou uma única ação, uma marca.
Fizemos muitas outras ações com empresas, mas que foram uma oferta do que a gente chama de produto social. Fizemos uma oferta de serviço para essas empresas: consultoria, letramento, sensibilização, voluntariado, venda de produtos que a gente faz aqui na Casa. Então, tudo isso, o que era para ser uma doação, virou uma prestação de serviço. Sempre teve esse processo de “tem que ser vantajoso para a empresa”. Antes era o suficiente eles vincularem a imagem dessa empresa à imagem da Casa 1 pelo trabalho que a gente faz. Hoje, não. Hoje, a gente vai prestar um serviço. Não vai entrar uma verba de uma campanha de doação; vai entrar uma verba de marketing, vai entrar uma verba do RH, que está prestando um serviço. Esse serviço, precificamos de uma forma a colaborar com a estrutura como um todo.
E a última esfera, que é, realmente, a do poder público. É um processo mega burocrático, então, já tínhamos feito algumas tentativas que não rolaram a ponto de conseguirmos receber essa verba. Então, colocamos um pouco o pé no freio nisso. Fomos atrás de muitas documentações, se fortalecer burocraticamente. Esse ano, voltamos com essas articulações. Mas em um cenário onde, na esfera municipal e na esfera estadual, os mandatos, por exemplo, quando a gente fala de emenda parlamentar – que é o valor que os parlamentares têm para repassar para projetos sociais –, voltando para esse ponto onde somos uma pauta de costume, conseguimos uma abertura maior com partidos de esquerda, por exemplo. E esses partidos, hoje, nessas duas esferas, são oposição. Então, hoje, existe uma dificuldade muito grande de conseguir direcionar essas emendas. Existe um obstáculo grande de que essas verbas aconteçam, por exemplo.
Na esfera federal, temos ainda menos representação, mas também estamos tentando, articulando para tentar algumas coisas. Mas existe essa burocracia, essa dificuldade no processo e essa demora. Porque quando a gente olha e anuncia o fechamento da Casa, é muito de fazer uma conta onde não temos nem três meses para sobreviver. Então, esse processo de emendas, de uma articulação, seja por edital, seja por repasse governamental, ele exige um tempo. Temos tudo isso muito bem articulado, o que não significa, necessariamente, que a gente vai receber, mas existem muitas possibilidades de conseguirmos essa verba, mas pensando, pelo menos, no segundo semestre de 2026. E aí, a nossa conta é: não chegamos até lá, precisamos de alguma coisa para chegar até lá. Acho que esses são os grandes obstáculos.
Mesmo em um momento tão desafiador, o que vocês ainda esperam construir ou preservar nos próximos meses? O que vocês tem considerado como demandas mais urgentes?
Olhe, enquanto serviço, essa é a grande questão. A Casa 1 foi crescendo, na medida dessa possibilidade, mas sempre para termos um serviço cada vez mais estruturado. Muita gente pergunta: “Ah, vocês vão abrir uma outra Casa?”. Olha, queríamos que ele fosse cada vez mais integral. Então, a pessoa que entra aqui, pode ser que ela tenha a necessidade de acessar o direito à moradia, que é o serviço de acolhida. Pode ser que ela venha aqui só para acessar a clínica social ou um curso do centro cultural. Mas essas pessoas, elas têm necessidades que transpassam todos esses serviços.
É muito comum a pessoa que vem para um curso profissionalizante e vai, sim, ser atendida pelo serviço social. Dali um tempo, a gente vai entender a possibilidade de essa pessoa ter uma vaga na clínica social. A pessoa que está no centro de acolhida vai acessar um curso profissionalizante. Então, como a gente entende essas frentes, até porque os atendimentos passam muito. Pode ser que a pessoa no curso profissionalizante, não, necessariamente, vai passar no atendimento com um profissional da clínica social. Mas, entendendo que a gente tem essa possibilidade, a pessoa, por exemplo, ela não está engajando por causa de X, Y, Z, vamos consultar o pessoal da clínica social, para darmos um encaminhamento melhor, entender que existe uma possibilidade para essa pessoa.
Então, é muito integrado. Quando a gente fala de prioridades – obviamente, existe um plano onde a gente vai fechar algumas coisas antes do que outras, estamos trabalhando sempre para reverter isso –, mas é o ponto da gente entender que talvez não faça sentido uma coisa existir sem a outra. Se só o centro de acolhida, tudo bem, faríamos outro trabalho, continuar atendendo pessoas… Mas o que a gente busca fazer no centro de acolhida é uma outra coisa. Então, tem centros de acolhida exclusivos, inclusive, para a população LGBT, hoje, na cidade de São Paulo.
Só o centro cultural? Talvez faça um pouco mais de sentido, mas também, a gente não consegue garantir esse direito básico e somos conhecidos também por prover esse, esse serviço. Então, essa prioridade é muito difícil. A gente quer manter tudo para que a gente consiga continuar acontecendo dessa forma, de um projeto que a gente acredita.
E, enquanto estratégia, acho que a gente tem contado muito que esse apoio imediato vai vir da sociedade civil. E que tem vindo. Então, quando a gente anuncia o fechamento da Casa, existe uma mobilização, que, diferente de outras épocas, de outras mobilizações que a gente fez, ela é muito rápida. Passa muito rápido. Então, a gente ter que manter esse público engajado é uma dificuldade. Inclusive, a gente tem dado entrevista, saiu em veículos, de uma forma espaçada, o que a gente entende que é ótimo, porque vai reavivar esse assunto diversas vezes. Que é sempre o mesmo, mas que as pessoas viram um post no dia 3 de novembro, onde a gente postou o fechamento da Casa, e acabou. Ela viu aquilo; viu o segundo post; o terceiro post já não viu; o quarto post já tá, sei lá, vendo o vídeo de cachorrinho. Então, o engajamento com o público tem sido muito difícil, de um outro tempo, mas é o que a gente consegue contar agora. Porque temos muitas articulações e a gente está fazendo muitas movimentações para que a gente garanta a estrutura da Casa e o fortalecimento.
Não só sobreviver. Queremos também se fortalecer e se tornar cada vez mais projetos para o futuro. Até lá, a gente precisa dessa mobilização. Acho que temos tentado, também, uma dificuldade muito grande, em figuras da mídia. Então, artistas, pessoas com mais visibilidade. Tem sido muito difícil, infelizmente. E a própria mobilização que a gente está fazendo são eventos de arrecadação. Nesse último sábado, dia 22, o evento de arrecadação aconteceu e foi ótimo. Vamos ter pelo menos mais dois até o final do ano porque isso acaba dando um apoio de formas diretas e indiretas. Teremos pessoas comprando cartela de bingo, comprando no brechó, comprando no sebo, comprando uma comidinha que vamos fazer aqui. Nesses eventos, isso é um apoio direto. Mas, indiretamente, a pessoa vir nesse espaço, entender como ele funciona, entender que ele existe, que estamos aqui batalhando para manter esse espaço, também é uma coisa que, indiretamente, vai no fundo muito mais do que do próprio dia, assim. Então, são essas um pouco das movimentações que estamos fazendo.
Quais são as formas de ajudar diretamente a Casa 1?
As formas de ajudar o projeto especificamente incluem o pix, em que temos essa campanha também de uma arrecadação recorrente. Temos duas plataformas. Uma plataforma que está no nosso site, onde a pessoa pode escolher ser uma pessoa doadora recorrente. E a gente tem uma campanha muito forte de que não precisa ser 150 reais, porque, às vezes, 150 reais vão fazer a diferença no seu orçamento. Podem ser 10, podem ser 15 reais, que talvez, provavelmente, não faça a diferença no seu orçamento. E é isso, temos 130 mil pessoas no Instagram, quase 140, agora com essa movimentação que estamos fazendo. Se 10% delas doarem 15 reais, tínhamos um projeto garantido. Então, é um valor pequeno e que pode fazer essa diferença. Tanto pontual, quanto recorrente. Se a pessoa acha que é melhor pontual, obviamente, temos o pix, várias formas de fazer doação, mas a gente tem focado bastante nessa forma recorrente.

Além disso, temos uma forma de ajudar a Casa 1 que não tem nenhum custo para a pessoa, que é o programa da Nota Fiscal Paulista. Pelo programa, existem duas formas da pessoa reverter esse dinheiro para a Casa. São os cupons fiscais sem o CPF, que a gente lança eles manualmente. Ou o que a gente mais indica, que é o que mais reverte, que é o mais fácil e rápido, é o processo da pessoa se tornar uma pessoa doadora automática. Então, entra no próprio sistema da Nota Fiscal Paulista. Tudo ali pelo sistema, não tem nada nosso, a gente não tem acesso a nenhum desses dados, a pessoa entra no seu próprio sistema e coloca a possibilidade de doar automaticamente para a Casa 1. Toda vez que ela pede o CPF na nota, automaticamente vem uma verba para a Casa. E, nos últimos quatro meses, tem pagado o aluguel dos dois espaços. Então, tem sido muito importante.
Autoria: Redação Gazeta Vargas e Coletivo Delta
Revisão: Ana Clara Jabur
Imagem da Capa: Nicolas Floriano
Referências
CASA 1. A Casa 1 – como funciona a Casa 1. Disponível em: https://www.casaum.org/a-casa-1/ Acesso em: 20 nov. 2025.
CNN Brasil. O que é “DEI”, programa de diversidade que Trump pôs fim nos EUA. 23 jan. 2025. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/o-que-e-dei-programa-de-diversidade-que-trump-pos-fim-nos-eua/ Acesso em: 20 nov. 2025.
METRÓPOLES. Efeito Trump: casa de jovens LGBTs em SP vai fechar por falta de verba. 05 nov. 2025. Disponível em: https://www.metropoles.com/sao-paulo/efeito-trump-casa-lgbts-vai-fechar Acesso em: 20 nov. 2025.







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