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O QUE É A APA?

No texto de hoje, Gabriela Pinheiro, nossa membra de Projetos e também membra da torcida "Amor Preto e Amarelo" da Fundação Getúlio Vargas, conta um pouco sobre a entidade que representa muito mais do que uma torcida. A APA é a proximidade e a experiência dos alunos com o esportivo, revolucionando o papel das torcidas nas quadras e se consolidando como um dos maiores representantes de entretenimento universitário em festas e, especialmente, em eventos esportivos.


A Torcida Amor Preto e Amarelo, ou APA, conforme é conhecida aos redores da FGV, é a torcida da faculdade. No entanto, ao longo dos últimos anos, a APA vêm se consolidando como algo além do que apenas uma torcida, levando atrações como uma betoneira para festas, criando produtos de caráter mais cômico e "exclusivo" do que os oferecidos pela Atlética e pelo DA, e trazendo a pirotecnia para as arquibancadas e festas da FGV. Assim, apesar de se autodenominar uma torcida, as múltiplas funções da APA acabam fazendo com que esse rótulo fique confuso. Então afinal, o que é a APA?


Para descobrir, a Gazeta Vargas sentou com alguns dos fundadores da APA e conversou sobre sua fundação, consolidação e momentos marcantes. Os resultados estão aqui nesta reportagem.


A APA ainda não era APA de fato quando surgiu em 2013, como um braço da bateria. Começou com alunos da bateria que perceberam que depois da desaparição da ex-torcida "Raça Jacaré" a FGV não tinha mais uma torcida. Frustrados, levaram suas ideias para a Atlética e com seu aval, em 2014, levaram um pouco de pirotecnia para os jogos e fizeram a faixa "Primeira Opção" e uma bandeira "Acima de Todos Somos GV". Aos poucos o grupo foi crescendo um pouco mais, em 2015 surgiu o grito "Escola de Tradição", mas em 2016 os fundadores já começaram a trabalhar, colocando o futuro da APA em jogo.


2016 foi um ano de transição. O recém ex-mestre da bateria, João Gilberto Lima (JG), foi quem passou a assumir a torcida, junto com alguns novos integrantes, como Thomas Perruchod, ou "Thominhas", o Catatau e o Japa. Em 2017, a APA oficialmente se institucionalizou. O nome veio através da página que postava os novos cantos, memes, entre outros, que já era "Amor Preto e Amarelo". Haviam outras opções de nomes na época, mas "nada sintetiza tanto como Amor Preto e Amarelo de fato", nas palavras de JG.


Porém, mesmo institucionalizada, a APA ainda tinha muitos desafios, entre eles a chamada "mudança da cabeça do Geveniano". Hoje, quem vê a APA nos jogos pode até duvidar, mas antigamente, os tempos eram outros. Segundo o Thominhas, durante jogos como as Economíadas, cerca de 90% do alunato ficava apenas nas festas, enquanto só 5% realmente ia assistir os jogos. O primeiro desafio da APA era, então, aproximar o Geveniano aos jogos e à torcida, mostrando como o esportivo era importante e como era legal assistir seus amigos jogarem.

Assim, apesar de ter começado em 2013, foi apenas em 2017, unidos com a Atlética e a Bateria Tatubola, que a APA realmente colheu os frutos que havia plantado há tanto tempo, ganhando as Economíadas e lançando o famoso grito "Não se Compara". A APA conseguiu lotar o ginásio de São Carlos, se consolidar como a primeira e até agora, única torcida a fazer um bandeirão 3D e, com tanta gente vestida de preto e amarelo, cantando os gritos criados, perceber que havia mudado a cabeça do Geveniano. Os atletas também afirmaram que a grande presença da torcida foi um diferencial que ajudou bastante na conquista do título, destacando jogos como o de basquete contra a ESPM, no qual o Jacaré estava perdendo e quando a torcida entrou com tudo, conseguiu a vitória. O efeito também foi sentido pelos alunos que participaram da torcida. Depois do Econo de 2017, as conversas do fumódromo estavam muito mais focadas nos jogos e esportes, em vez dos shows. A mudança aconteceu, e era permanente.


A revolução APA não parou por aí. Além da torcida ter a proximidade com o esportivo, JG afirma que ela também tem uma função social de trazer esse sentimento universitário e essa sensação de pertencimento do Geveniano para os alunos; algo que, até na a APA, havia ficado em segundo plano. Segundo ele, o ambiente da FGV, sendo um prédio de negócios em vez de um campus, acaba influenciado o alunato a pensar mais no mercado de trabalho e de "sair da GV" do que valorizar e ter essa vivência. Por isso, além dos esportes, a APA também traz essa frente, por meio de eventos como a Shokitapa e criação de novos cantos.



Atualmente, a APA não para de crescer e de trazer novidades. Antes eram poucos, mas neste semestre o processo seletivo da APA contou com mais de 70 inscritos. Com um maior número de membros, cresce também o número de ideias "padrão APA", traçando o caminho para o lançamento de inovações como cortinas de fumaça, o kit bob construtor, a betoneira e inúmeras outras novidades que estarão presentes nas Economíadas 2020. Produtos, antes algo irrelevante para a torcida, virou um carro-chefe com sua própria identidade.


Porém, a maior mudança desde de 2013, foi a participação feminina. No Brasil, existe um grande movimento de torcidas organizadas em clubes de futebol, mas, com a maioria dos seus integrantes pertencendo ao sexo masculino, não era um ambiente muito frequentado por mulheres. Tal padrão se replicou no ínicio da APA, quando eram apenas duas mulheres, para quinze homens. Mas, através dos seus esforços iniciais, a participação feminina na APA cresceu tanto que atualmente existem mais mulheres do que homens na torcida, com mais de 70 mulheres pertencendo ao "APA FEM". A mudança também é nítida nos cantos da torcida, que foram modificados para excluir manifestações de opressões de qualquer forma, seja contra mulheres ou outras minorias.


E assim, a APA continua sua jornada, buscando agora manter o Geveniano próximo ao esporte (afinal, ou treina ou torce) e sempre tentando construir essa vivência universitária e sensação de pertencimento.



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